domingo, 28 de outubro de 2012

A SURDEZ DE BEETHOVEN - O DESAFIO DE UM GÊNIO

Bento RF. Beethoven's Deafness, the Defiance of a Genius . Int. Arch. Otorhinolaryngol. 2009;13(3):317-321
 
 
Author(s):
Ricardo Ferreira Bento1.

Resumo:
Introdução: Ludwig van Beethoven, um dos maiores compositores da história, foi atormentado em toda sua vida por uma surdez progressiva sem diagnóstico definitivo. Muitos autores publicaram estudos sobre as possibilidades etiológicas da surdez do gênio da música com diferentes explicações sobre sua perda auditiva. Neste trabalho o autor discute as implicações da surdez progressiva de Beethoven na criação de sua obra, bem como considerações etiológicas de sua doença. Teria tido Beethoven a mesma genialidade que mostrou em suas sinfonias caso ele não tivesse hipoacusia e zumbido? Qual a influência que sua surdez teve sobre sua vida e obra? Teria Beethoven possibilidade de diagnóstico mais preciso e principalmente tratamento nos nossos dias? Teríamos nós o compositor fora de série se ele apresentasse a surdez nos dias de hoje? Possivelmente, não teríamos!
Abstract:
Introduction: Ludwig van Beethoven, one of the greatest composers in History, was tormented for his whole life by a progressive deafness without definitive diagnosis. Many authors published studies about the etiologic possibilities of the deafness of the music genius with different explanations about his auditory loss. In this work, the author discusses the implications of Beethoven's progressive deafness to the creation of his word, as well as etiologic assumptions of his disease. Would Beethoven have had the same ingeniousness he showed in his symphonies if he did not have hypacusis and tinnitus? What is the influence of his deafness on his work and life? Could he have had a more precise diagnosis and specially a treatment nowadays? Would we have the brilliant composer if he had deafness today? We surely could not have!
INTRODUÇÃO

Os funerais de Ludwig van Beethoven foram realizados no final do dia 29 de março de 1827 na igreja da rua Alserstrasse em Viena, Áustria.

Viena lhe ofereceu todas as honras que lhe havia negado em vida. As escolas foram fechadas e naquele dia os vienenses tiveram a certeza de terem perdido algo de verdadeiramente grande; todavia a imensa e emocionada participação não resgatou aos olhos daqueles que o amaram profundamente, a longa indiferença ao musico nos últimos anos de sua triste existência.

Seu devoto companheiro, Nikolaus Zmeskal, poucos dias depois escreveu a Therese von Brunsvik, mais que amiga do maestro: "A sua morte suscitou uma emoção da qual não se tem lembrança... De vinte a trinta mil pessoas acompanharam o funeral. Os compositores mais ilustres entre os quais Franz Schubert (que morreu aos 31 anos 1 ano depois de Beethoven e enterrado ao lado dele) estavam ao lado de sua urna funerária"

Beethoven recebeu a extrema unção na manhã do dia 24 de março, junto a ele estavam a mulher de seu irmão Johann e um jovem músico de Graz de nome Anselm Huettenbrenner vindo a ser dado como morto no dia 26 as
17:45. O jovem escultor Danhauser moldou sua máscara mortuária na manhã seguinte.

Concluiu-se assim a vida do Maestro, uma vida triste e solitária, não obstante os sucessos artísticos, atormentada nos últimos 30 anos por uma saúde precária e sobre tudo por uma surdez progressiva, angustiante, iniciada precocemente com zumbido e intrusões auditivas persecutórias que o vão excluindo gradualmente e inevitavelmente da vida em sociedade.

Ele escreveu ao amigo e médico Franz Gerhard Wegeler em 21 de junho de 1801, quando tinha 31 anos de idade:

"Você tem tido notícia da minha situação? Os meus ouvidos nos últimos 3 anos estão cada vez mais fracos, Frank o diretor do Hospital de Viena procurou retonificar o meu organismo com tônicos e meus ouvidos com óleo de Mandorle. Não houve nenhum efeito, a surdez ficou ainda pior. Depois um asno de um médico me aconselhou banhos frios o que me levou a ter dores fortes. Outro médico me aconselhou banhos rápidos no Danúbio, todavia a surdez persiste, as orelhas continuam a rosnar e estalar dia e noite. Te confesso que estou vivendo uma vida bem miserável. Há quase 2 anos me afastei de todas as atividades sociais, principalmente porque me é impossível dizer para as pessoas : Sou surdo !... Se minha profissão fosse outra, talvez poderia me adaptar à minha doença, mas no meu caso a surdez representa um terrível obstáculo. E se os meus inimigos vierem a saber ? O que falarão por aí? Para te dar uma ideia desta estranha surdez, no teatro eu tenho que me colocar pertíssimo da orquestra para entender as palavras dos atores e a uma certa distância não consigo ouvir os sons agudos dos instrumentos e do canto. Surpreendentemente, nas conversas com as pessoas muitos não notaram minha surdez, acreditam que eu sou distraído. Muitas vezes posso ouvir o som da voz mas não entendo as palavras, mas se alguém grita eu não suporto ! O doutor Vering me disse que certamente meu ouvido melhorará, se isso não for possível tenho momentos em que penso que sou a mais infeliz criatura de Deus.

Não há dados nos quais se possa estabelecer exatamente o início de sua surdez. Por alguns manuscritos de Beethoven parece que os sintomas se manifestaram quando tinha 26 anos (em 1796), ano no qual fez sua primeira turnê em Berlin, Dresda, Praga, Lipsia, Nuremberg e Budapest. Esta imprecisão se deve ao fato de que ele provavelmente não a percebeu ou não dava valor pois não foi súbita e por ser jovem e consciente de suas amplas capacidades artísticas e musicais, não esperava ficar surdo.

Apesar de racional em suas escritas sobre a ineficácia dos tratamentos médicos sempre procurou esperança em novos tratamentos.

Em 16 de novembro de 1801 o compositor escreveu novamente ao seu amigo Wegeler: "quer saber como estou? E do que preciso? O doutor Vering* me coloca torniquetes nos braços. Este tratamento é muito desagradável, à parte da dor, fico privado de usar o braço por 2 ou 3 dias. Devo confessar que o ruído nos ouvidos fica menor, principalmente no esquerdo onde começou a doença, mas a audição fica na mesma. Não gosto de trocar muito de médico, mas me parece que Vering seja um pouco empírico... O que você pensa do doutor Schmidt**? Parece ser um outro homem. Me contam maravilhas dele, O que você acha? Um médico me disse que viu em Berlin um menino surdo-mudo começar a ouvir e um homem surdo a sete anos se curar totalmente. Mas mesmo o Dr. Schmidt, não fez nada mais do que aconselhar-lo a vida no campo para proteger-se do nervosismo da cidade. Beethoven, seguiu seus conselhos e no fim de abril de 1802 se transferiu a Heiligenstadt, pequeno e tranquilo subúrbio aos pés dos bosques de Viena. Aquilo o fez se concentrar por seis meses e atingir a plenitude de seus pensamentos musicais. E foi neste local que se encontrou anos após sua morte um manuscrito dentro de uma velha escrivaninha seu testamento que entre tantas dizia: Para meus amigos e para aqueles que pensavam que eu era anti-social, distraído e ermitão, me julgaram mal. Vocês não conheceram a causa secreta disso tudo. Eu era atormentado de um mal sem esperança, piorado devido a médicos insensatos. Por anos fui enganado com esperanças de melhora e no final fui constrangido a aceitar a realidade de uma doença incurável. Nascido com um temperamento ardente e ativo e sensível às atrações da sociedade, tive que bem cedo me isolar e transcorrer a vida em solidão. Se às vezes tentava me esquecer, meu ouvido me trazia de volta à realidade. Não podia nem pedir para as pessoas : Falem mais alto, gritem, porque sou surdo ! Como poderia admitir uma doença na qual o sentido que para mim mais do que para ninguém deveria ser perfeito? Tive que viver sozinho e se estou com alguém fico com uma enorme ansiedade do medo de correr o risco de se notar a minha condição. Provei desta humilhação quando um aluno que estava ao meu lado ouvia o som de uma flauta e eu não, ouvia o canto de um pastor e eu nada. Quase coloquei fim à minha vida algumas vezes. Foi a música que me entreteve. Me parecia impossível abandonar este mundo antes de criar todas as óperas que sentia imperiosa necessidade de compor. Esta foi minha vida, angustiosa. Quando lerem estas linhas saberão que aqueles que de mim falaram, cometeram grande injustiça. Peçam ao Dr. Schmidt para descrever minha doença para que o mundo possa se reconciliar comigo, ao menos após minha morte (1).

Este documento testemunha perfeitamente o drama psicológico do grande compositor e justifica plenamente sua involução de caráter. Todavia a surdez não interferiu de modo algum na sua veia criativa que terminou por expressar de modo sublime todo seu mundo interior, todos os sentimentos, todas as paixões, todas as emoções e cada percepção de sua alma e da natureza.

O caráter do maestro, fechado, foi em parte reflexo de sua doença, mas é evidente que sua formação teve também influencia de sua infância e adolescência (2).

Beethoven nasceu em 16 de dezembro de 1770 em Bonn, pai era um tenor medíocre e com vício da bebida, sua mãe Maria Madalena Keverich tinha 19 anos quando ele nasceu era filha de um cozinheiro e já viuva de um camareiro da corte. Sua infância foi rígida e triste. Como manifestou precocemente o talento para música, não tinha ainda 8 anos e seu pai, descapacitado de prever um gênio em formação e querendo desfrutar de lucros pessoais o apresentou como prodígio na Academia de Música de Colônia, mentindo sua idade para seis anos. Com 11 anos fazia parte da orquestra de Bonn e aos 13 era organista. O pai sem dúvida atrapalhou seu início de carreira o obrigando a ganhar a vida. Com 22 anos deixou Bonn e foi para Vienna, capital da música. Foi em Viena que conquistou rapidamente a notoriedade e sucesso como concertista e compositor. Em 1814 veio o apogeu da vida musical de Beethoven, quando no Congresso de Viena quando estava se fazendo a reestruturação da Europa, após Napoleão, ele foi aclamado como o maior músico vivo. O Imperador Francisco I da Áustria (irmão da Princesa Leopoldina do Brasil) colocou a sua disposição dois salões em seu palácio em Viena e lhe deu a cidadania honorária de Viena. Mas foi neste momento também que a o agravamento de sua surdez o fez abandonar a carreira de concertista.


TRATAMENTO DA SURDEZ

Em 1814 Beethoven encontrou o Dr. Weissenbach, que se interessou por seu caso. O médico era compositor e poeta e também ele foi acometido de perda de audição. Os tratamentos que lhe foram impostos eram os mais disparatados, os mais bizarros e curiosos, obviamente empíricos e inúteis. Suadouros, torniquetes, lavagens, vaporizações com fumaça, diuréticos, temporadas no campo, instilação de várias substâncias nos condutos auditivos, dietas, banhos termais frios e quentes, estimulações elétricas de corrente contínua. De pouca utilidade foram também as cornetas acústicas construídas pelo mecânico da corte Joahann Maelzel. Ele usava seus aparatos acústicos no ouvido esquerdo, pois o direito era completamente surdo. Ele sempre dizia que o som não entrava somente pelo canal e sim por todo o crânio. Ele usava também uma baqueta de madeira entre os dentes e apoiava sobre a caixa de ressonância do piano para sentir as vibrações.

Usou também pedaços de algodão nos ouvidos, pois estes modificando a ressonância do sistema tubular do conduto auditivo externo garantiam sensações favoráveis filtrando algumas frequências e aliviando um pouco o zumbido.

Já entre 1821 e 26 sua saúde piorou com outras manifestações como diarreia epistaxe e outros sinais evidentes de manifestações hepáticas. Se tornou um paciente indisciplinado bebendo muito vinho e café forte. Teve uma pneumonia, piorou seu estado geral com ascite com várias punções para aliviar e daí para frente não mais se recuperou.

Historiadores, biógrafos, médicos, estudiosos sempre tentaram chegar a conclusões definitivas das causas que levaram à surdez de Beethoven e os mecanismos etiopatológicos de sua característica evolutiva para verificar as possibilidades da interferência da doença no seu caráter, na sua vida e na sua produção musical.


DISCUSSÃO

Muitas foram as hipóteses e interpretações patogênicas propostas, mas a verdadeira natureza da doença e das condições patológicas que determinaram a surdez são ainda desconhecidas. A referência mais importante que temos para justificar sua surdez acompanhada de zumbido é a autópsia realizada no dia seguinte de sua morte pelo Prof. Johann Wagner e seu discípulo Karl Rokitansi (que depois foi um dos maiores autores de seu tempo). Na parte da descrição das orelhas foi assim descrita (resumidamente):

- "A cartilagem do pavilhão é grande e irregular. O meato acústico externo próximo ao tímpano mostra descamações epiteliais. A trompa de Eustáquio tem mucosa espessa e a parte óssea estreita. As células mastoideas e o parte petrosa do osso temporal principalmente próximo à cóclea está hiperêmico. Os nervos acústicos estão atróficos e desmielinizados. As artérias auditivas estão dilatadas e escleróticas".

A presença de esclerose nos vasos auditivos pode levar à hipótese de insuficiência vascular da orelha interna. Poderíamos saber com precisão se fosse possível se encontrar os ossos temporais conservados em formalina que Wagner guardou para estudos posteriores. Em 1863, se abriu a sepultura de Beethoven, mas Adam Politzer encontrou somente alguns fragmentos do seu crânio. Os dados de autópsia da orelha média só puderam fornecer informações que excluem patologia inflamatória crônica.

A maioria dos estudiosos a partir de BARATOUX E NATTIER (1905) sustentam a tese de otospongiose progressiva da cápsula labiríntica e anquilose do estribo. O que equivale a uma otosclerose clássica. Em um amplo estudo publicado em 1921, chamado a surdez de Beethoven, Guglielmo Bilancioni afirma: " Na sua orelha média poderia ter uma lesão todavia obscura em sua patogênese, a esclerose auricular", otosclerose, que determina uma diminuição de audição progressiva, sem causa avaliável e sem sintomas relevantes, fora um altíssimo grau de surdez e zumbido a qual é eminentemente familiar e hereditária.

SCHARTER, em outra publicação recorda que existe uma forma particular de otosclerose dita coclear e descrita em 1912 por MANASSE e mais tarde por CARHART em 1963.

Em 1970, STEVENS E HEMENWAY, publicaram que a otosclerose explica bem a perda progressiva e o zumbido tipo chiado comentado por Beethoven, todavia no âmbito do diagnóstico diferencial deve-se considerar a hipótese de que o ouvido interno pudesse ter sido acometido por uma neurite tóxica, infecciosa ou luética.

SALA (1984), MOTTA E GRISSANTI em 2004 publicaram a favor de uma surdez do tipo mista devido a um início precoce, bilateral mais ou menos simétrica e de evolução diferente de cada lado, mas algumas descrições anamnéticas do próprio Beethoven nas cartas de 1801 e 1802 puderam colocar a hipótese de otosclerose em dúvida. Não há nenhuma descrição de surdez na família de Beethoven. Ele não assinala sintomas de paracusia de Willis nem sintomas do fenômeno de Weber. O próprio maestro cita que no início a perda foi nas frequências agudas, o que é menos comum na otosclerose. Apesar de o zumbido ser sintoma comum na otosclerose, os portadores desta doença não referem a incômodo aos sons de alta intensidade, como ele se refere, sendo isso um clássico fenômeno de recrutamento. Outros autores referiram até à possibilidade de uma doença autoimune, obviamente muito difícil de se confirmar naquela época.

Nos dias de hoje Beethoven provavelmente teria uma qualidade sonora e consequentemente de vida melhor, principalmente pelas possibilidades criadas pela engenharia acústica e mais recentemente de estimulação elétrica (implantes) e de informática. Mesmo assim muitos casos de surdez sensório neural apresentam recrutamento e alterações na discriminação auditiva que torna difícil e as vezes impossível o uso de aparelhos de amplificação sonora individual. No que diz respeito ao acometimento do estribo por uma otosclerose a possibilidade de um procedimento cirúrgico, porém pouca coisa evoluiu no tratamento médico da otospongiose da cápsula ótica, na determinação precisa da etiologia das doenças do ouvido inter-no, em que pese atualmente os sofisticados exames de imagem e laboratoriais e de audiologia que temos em mão. Muitas e muitas vezes nós especialistas não conseguimos determinar a causa de uma surdez sensório-neural ou de um zumbido e continuamos utilizando de tratamentos empíricos, certamente menos agressivos do que os usados em Beethoven, porém ainda assim empíricos! Será que realmente poderíamos ter feito algo pela melhora de sua audição?

Muita coisa ainda tem que ser estudada e evoluída no conhecimento de nossa área para podermos ajudar mais e mais nossos pacientes e continuará sendo um desafio constante aqueles jovens que iniciam na especialidade. Este setor da otorrinolaringologia será um dos que mais se desenvolverá nos próximos anos.

Neste caso devemos pensar, extrapolando para nossos dias, o que nós poderíamos ter feito a Beethoven como nosso paciente.

Na época em que ele viveu a privação auditiva era muito mais importante do que a privação sensorial. HELLEN KELLER em seu livro "O Romance da Vida" publicado em 1900 escreve "Os problemas da surdez são mais profundos e complexos, mais importantes dos que os da cegueira. A surdez é um infortúnio muito maior. Representa a perda do estímulo mais vital, o som da voz, que veicula a linguagem, agita os pensamentos e nos mantém na companhia intelectual do homem." Hellen Keller teve a infelicidade de ter uma síndrome de USHER (surdez e cegueira progressiva) e se tornou privada destes sentidos ao longo da vida. Ela mais do que ninguém poderia testemunhar e comparar o fato de perder estes estímulos sensoriais. Foi somente a partir do descobrimento das artes gráficas e a impressão e depois ao longo dos séculos o barateamento dos livros e publicações e a possibilidade de quase todas as pessoas terem acesso à escrita e imagens. Depois da criação da fotografia, da televisão, do computador e de todos os estímulos visuais e principalmente a descoberta e universalização da luz elétrica (a fraca luz que existia a noite dificultava a visão à noite) foi que a visão passou a ter a uma importância grande na civilização. Na época de Beethoven o estímulo auditivo era essencial, sem ele as alterações psicosomáticas e as depressões eram muito maiores no indivíduo surdo, principalmente um compositor!

Por outro lado, a terrível privação para um músico de não ouvir mais os sons da vida e do mundo que o rodeava não o impediu de traduzir em imagens melódicas e figuras musicais tanto as delicadas sensações como as poderosas interpretações encontradas em sua obra. E sua concentração era muito mais facial do que em uma pessoa ouvinte normal.

Assim pensando, de outro modo podemos deduzir de modo paradoxal que sua inata genialidade para a música pode ter sido exacerbada pela surdez favorecendo uma purificação da melodia encontrada em suas sinfonias e não ter sido condicionada pela moda da época e pelo rígido sistema e maneirismo de seu tempo. Somente a sinfonia numero 1 é anterior a 1796, que foi a época de evolução de sua surdez, portanto quase toda sua produção musical foi concebida durante seu período de surdez importante.

Sua perda auditiva fez com que ele abandonasse sua carreira de concertista e diretor musical, mas não influiu em sua obra sendo inclusive sua maior criação a nona sinfonia criada entre 1822 e 24, já na sua fase completamente surda.

Em resumo, indiretamente e quase paradoxalmente se pode afirmar que o isolamento e fuga dos confrontos com o mundo exterior tenha de algum modo favorecido seu talento e sua genialidade musical. Enquanto o artista vivia internamente o seu mundo ideal feito de imagens sonoras o levando a um nível de puro pensamento que em se escutando suas obras se pode presumir.

Em conclusão, tudo leva a crer que graças a esta inevitável solidão, Beethoven alcançou gradualmente uma linguagem musical cheia de emoções, abstraída de seu isolamento que provavelmente nunca teria conseguido em condições físicas normais. Sua surdez acabou sendo uma das principais colaboradoras de sua genial obra. Sem ela teria sido Beethoven o grande compositor de todas as épocas?


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.* Verning foi diretor do Instituto de Saúde de Viena de 1797 a 1809, médico conselheiro do Imperador José II.
** Foi Professor de Anatomia, conselheiro real, médico renomado particularmente em oftalmologia. Publicou vários artigos médicos. Beethoven confiou muito nele, seguiu seus conselhos de 1801 até sua morte. No seu testamento, Beethoven convidou a Schmidt a descrever sua doença. Beethoven dedicou a ele o Trio para piano, violino e violoncelo em b-maior op. 38.

2. Ascherson, N. Beethoven's deafness and saga of the stapes. Trans Hunterian Soc. 1965-1966; 24:7-34.

3. Baratoux G, Natier M. A propos de la surditè de Beethoven. Cron. Med. 1905, 12:492-496.

4. Keller H. O Romance da Vida 1900.
5. Liston SL. Beethoven's Deafness. Laryngoscope. 1989, 99:1301-1304.
6. McCabe,BF. Beethoven Deafness. Ann. Otol. Rhinol. Laringol. 1958, 67:192-206.
7. Mallardi V. Beethoven, la sorditá di un genio tra vita e mito - Acta Oto Rhinolayngol Ital.1999, 19:166-177.
8. Felisati D, Sperati G. Pazienti Celebri- Malati ORL nella storia e nell'arte. Societá Italiana de Otorrinolaringologia e Chirurgia Cervico-Facciale. 2008, 127-147.

9. Stevens HM, Hemenway WG. Beethoven's Deafness JAMA, 1970, 213: 434-437.




1. Professor Titular da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP. Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial.

Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
São Paulo / SP - Brasil. Endereço para correspondência: Ricardo Ferreira Bento - Rua Major Paladino, 464 - São Paulo - SP - Brasil - CEP: 05307-000 - E-mail: rbento@gmail.com Arigo recebido em 27 de Agosto de 2008.

Artigo aceito em 10 de Agosto de 2009.



 

PERDA AUDITIVA CONDUTIVA


A Perda Auditiva Condutiva ocorre quando as ondas sonoras são bloqueadas na orelha externa ou média e não conseguem chegar à orelha interna. Pessoas afetadas pela Perda Auditiva Condutiva experimentam uma redução geral do volume dos sons e têm dificuldade em ouvir sons fracos. A maioria das perdas condutivas não são permanentes e podem ser tratadas com medicamentos ou por cirurgias. Mas, se não forem tratadas podem ocasionar uma perda permanente.



Causas:
Otite Média
  • Também chamada de infecção do ouvido médio.
  • A causa mais comum de Perda Auditiva Condutiva entre crianças.
  • O ouvido médio fica inflamado e é preenchido por um fluido, impedindo o tímpano de vibrar corretamente.
  • Inflamação pode ser resultado de um vírus ou infecção respiratória.
  • Sintomas incluem inchaço, vermelhidão, dor de ouvido, irritação, perda auditiva, febre e secreção do ouvido.
  • A maioria dos casos pode ser curada com antibióticos. Em alguns casos a inserção de tubos de ventilação pode ser necessária.

Otoesclerose
  • Otoesclerose é a causa mais comum de Perda Auditiva Condutiva em adultos.
  • Causada por falta de cálcio em volta do estribo (ossículo da orelha média), impossibilitando-o de vibrar e enviar os sinais sonoros à orelha média.
  • Mais de 90% das pessoas com otoesclerose pode recuperar a audição normal através de cirurgia.

Outras Causas
  • Bloqueio temporário(ex. alergias, infecções na orelha externa como rolha de cera, etc...)
  • Perfuração do tímpano
  • Fratura do osso da orelha média
http://www.unitronbrasil.com.br/people/hearingloss/causes/conductive.htm

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA AUDIÇÃO

A audição é o primeiro sentido que se desenvolve durante a gestação. De acordo com otorrinolaringologista francês, Alfred Tomatis, o embrião já começa a ouvir os primeiros ruídos aos quatro meses e meio. E esses sons são da voz, do batimento cardíaco e da respiração da mãe.

Neste período, qualquer interferência física ou emocional, pode dificultar o desenvolvimento deste sentido o que acarreta problemas futuros de relacionamento.

Quem não ouve bem pode apresentar dificuldade de concentração, de compreensão e de emissão de sons. Também pode ter dificuldade de memorização, labirintite e problemas de dicção e transtornos emocionais como a depressão.

De acordo com o professor Tomatis, "um cérebro não tem férias nem aposentadoria". Por isso, temos que ter cuidados especiais com esse sentido. E, não só durante a infância. Com a idade avançada também pode acontecer a diminuição da nossa capacidade de ouvir. Assim, para termos uma vida melhor, precisamos aprender a reeducar nosso ouvido.

Reeducar é uma solução!

Para corrigir falhas no processamento auditivo, e reeducar o ouvido, foi trazido ao Brasil o Método Tomatis, baseado nas relações existentes entre o ouvido e a voz, a escuta e a comunicação.

Esse método estimula as áreas do córtex cerebral responsáveis pela atenção, concentração, linguagem e comunicação, através de uma verdadeira revolução terapêutica, denominado “Ouvido Eletrônico”.

Trata-se de um equipamento que emite sons restauradores do equilíbrio emocional e psíquico e provoca estímulos sonoros a partir da música. Baseado na conclusão científica, que a audição é um dos principais fatores do equilíbrio emocional e do desenvolvimento, o professor Tomatis, acreditou que o ouvido reeducado pode ser a solução para muitos problemas de comportamento de crianças, adolescentes e adultos, além de corrigir problemas de fala, agressividade, hiperatividade e depressão.

O “Ouvido Eletrônico” faz um balanceamento de sons, através de filtros que isolam os sons agudos de alta freqüência, responsáveis por estimular a audição e promover uma ginástica nos músculos do ouvido médio. Ele estimula o ouvido, um dos órgãos mais sofisticados do corpo, que possui uma ligação direta com o córtex cerebral, região que comanda a percepção e os processos de aprendizado. Por conseqüência o tímpano também é estimulado, e por ele passa o nervo chamado Vago, que também percorre outros órgãos do nosso corpo, como o esôfago, estômago e intestino, reequilibrando todo o organismo do paciente.



Benefícios do Método Tomatis:

  • Melhora a percepção auditiva.
  • Aumenta a capacidade de atenção, concentração e memorização.
  • Desenvolve a coordenação motora e a habilidade da escrita.
  • Estimula a fala, melhora a dicção e a expressão vocal.
  • Equilibra os casos de ansiedade, hiperatividade, depressão e stress.
  • Libera a criatividade.
  • Trabalha a voz, o canto e a afinação vocal.
  • Facilita o aprendizado de idiomas.
Fonte: http://www.tomatis.com.br/metodo.htm

DECIBEL ( TUTORIAL DE ÁUDIO E ACÚSTICA)



Volume é o correlato psicoacústico da intensidade sonora. A percepção do volume está relacionada à variação de pressão gerada por uma onda sonora e, portanto, à sua intensidade.

Nosso sistema auditivo tem dois limites de audibilidade:

- limiar de audibilidade (mínima intensidade audível)
- limite de dor (máximo nível de intensidade audível sem danos fisiológicos ou dor)

A gama entre os 2 limites é muito grande. Para uma frequência pura de 1000 Hz, esses limites vão de 10-12 watt/m2 a 1 watt/m2, ou seja, uma razão de 1 trilhão para 1.






Numericamente, a referência em watt/m2 não é confortável. Para isso foi introduzida uma razão de compressão logarítmica, o decibel (dB).

DECIBEL é uma relação logarítmica entre duas potências ou intensidades.

PdB = 10 log10 (P1/P0) ou IdB = 10 log10 (I1/I0)

Trecho do texto de autoria - Fernando  Iazzetta
http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/

SOM (TUTORIAL DE ÁUDIO E ACÚSTICA)

Som pode ser entendido como uma variação de pressão muito rápida que se propaga na forma de ondas em um meio elástico. Em geral, o som é causado por uma vibração de um corpo elástico, o qual gera uma variação de pressão corresponde no meio à sua volta. Qualquer corpo elástico capaz de vibrar rapidamente pode produzir som e, nesse caso, recebe o nome de fonte sonora.

Em geral percebemos o som através de variações de pressão no ar que atingem nosso ouvido. Para que possamos perceber o som é necessário que as variações de pressão que chegam aos nossos ouvidos estejam dentro de certos limites de rapidez e intensidade. Se essas variações ocorrem entre 20 e 20.000 vezes por segundo esse som é potencialmente audível, ainda que a variação de pressão seja de alguns milionésimos de pascal.

Uma onda sonora pode ser representada em um gráfico bidimensional onde o eixo horizontal representa a passagem do tempo e o vertical a variação de pressão. Esse tipo de gráfico pode fornecer várias informações sobre o som.


Grafico de Onda SenoideGráfico de onda senóide

O gráfico acima mostra dois ciclos completos de oscilação de uma onda senoidal. O eixo horizontal representa a passagem do tempo enquanto que o vertical representa a variação de pressão em um determinado ponto do meio.

Os sons que ocorrem no meio ou que são gerados por instrumentos musicais são geralmente complexos. Entretanto, para se entender a complexidade sonora torna-se útil partir de um caso mais simples e genérico: o som senoidal, chamado som puro porque é desprovido de harmônicos e cujo nome é deve-se ao fato de poder ser representado pelo gráfico de uma função seno. Esse tipo de som não é gerado por instrumentos tradicionais nem é encontrado na natureza, mas pode ser conseguido artificialmente através de um sintetizador eletrônico.

Autor do texto - Fernando Iazzetta
http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/

ESCALAS (TUTORIAL DE ÁUDIO E ACÚSTICA)

O ouvido chega a discriminar diferenças de altura que correspondem a aproximadamente 0,03 de um semitom, o que nos daria a possibilidade de perceber 30 alturas diferentes no intervalo de um semitom. Uma sequência de alturas selecionadas entre essas possibilidades é chamada de escala e cada altura dessa escala é chamada de nota. A razão entre duas notas é chamada de intervalo. Por exemplo, o intervalo entre uma nota de 150Hz e uma nota de 100Hz tem uma razão de 3 para 2 (150/100 = 3/2). Em música alguns intervalos que correspondem às alturas de uma escala recebem nomes específicos. Assim a relação de 1/1 é chamada de uníssono, de 2/1 é chamada de oitava, 3/2 de quinta justa, 4/3 de quarta justa. Em geral, a oitava é tida como intervalo de referência na formação das escalas e os outros intervalos são subdivisões da oitava. Quando dois intervalos somados resultam em uma oitava, eles são inversões, como no caso de uma quinta mais uma quarta, ou uma terça menor mais uma sexta maior.
    Alguns lembretes matemáticos úteis para se calcular a formação de escalas:  
  • para somar dois intervalos, basta multiplicar suas razões: IV+V = (4/3)*(3/2) = (2/1) = oitava;
  • para subtrair, basta dividir suas razões;
  • para achar a inversão, basta multiplicar o valor menor por 2: inversão de uma quarta = (4/3)*(1/2) = (2/3) = quinta.
Autor do Texto: Fernando Iazzetta
http://www.eca.usp.br/prof/iazzetta/tutor/

ACÙSTICA MUSICAL - FERNANDO IAZZETTA

Professor na área de Música e Tecnologia do Departamento de Música da Escola de Artes da USP e coordenador do Laboratório de Acústica Musical e Informática (LAMI). Graduou-se em percussão pelo Instituto de Artes da UNESP e realizou seu doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP com a tese "Sons de Silício: Corpos e Máquinas Fazendo Música". Foi pesquisador associado e professor no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC-SP de 1997 a 2002. Durante esse período coordenou o Centro de Linguagem Musical (CLM) juntamente com o compositor Silvio Ferraz. Tem desenvolvido ampla atividade artística como compositor e músico eletroacústico. Suas composições para diferentes formações camerísticas e meios eletrônicos foram apresentadas em diversos teatros e festivais de música no Brasil (Festivais Música Nova, Bienais de Música Brasileira Contemporânea, Encontro de Compositores Latino-Americanos, Encontro Internacional de Música Eletroacústica, FILE - Festival Internacional de Arte Eletrônica, Mostra Sesc de Artes, Dança Brasil, Mostra de Artes do Fórum Cultural Mundial, LiveCinema, Emoção Art.ficial, entre outros), e exterior (Festival International de Musiques et Créations Electroacoustiques, Burges; Festival Acousmatique International, Bruxelas; Festival des zeitgenössischen brasilianischen Tanzes, Berlin; Visiones Sonoras, México, entre outros), além de gravadas em CD. Nos últimos anos tem desenvolvido tecnologias e programas para performance em tempo real e realizado trilhas para espetáculos multimídia e vídeos. Como pesquisador dedica-se particularmente ao estudo e utilização de novas tecnologias musicais. Entre 1994 e 1995 fez estágio como pesquisador associado no Center for New Music and Audio Technologies (CNMAT) da Universidade da California em Berkeley desenvolvendo pesquisa sobre sistemas musicais interativos. Em 2003 realizou estágio como pesquisador visitante no Electronic Music Studio da McGill University em Moltreal, Canadá (Bolsa Fapesp) e em 2006 no Ircam, em Paris (Bolsa Fapesp). Em 2008 foi compositor-residente no VICC-Visby International Centre for Composers, na Suécia. É autor dos livros "Música: Processo e Dinâmica" (AnnaBlume, 1993) e "Música e Mediação Tecnológica" (Perspectiva, 2009) além de diversos outros artigos publicados no Brasil e exterior. Recentemente lançou uma coletânea com suas obras eletroacústicas no CD "Música Eletroacústica Brasileira", pelo selo LAMI. Suas áreas de interesse são: sonologia, gesto, interação, acústica musical e desenvolvimento de programas e composições em ambientes de performance interativa.



PROJETO E SIMULAÇÃO ACÚSTICA DE AMBIENTES PARA ESCUTA MUSICAL


ACMUS é um Projeto Temático financiado pela Fapesp e coordenado pelo Prof. Dr. Fernando Iazzetta. O projeto reune pesquisadores de diversas áreas como música, arquitetura, ciência da computação, física e engenharias e tem como objetivo o estudo de questões relativas ao comportamento acœstico de salas destinadas à música. Como parte do projeto está sendo criado um software destinado à medição e simulação do comportamento acústico de ambientes.


Para saber mais sobre o projeto Acmus acesse o site:

http://gsd.ime.usp.br/acmus
Departamento de Música
Escola de Comunicações e Artes (ECA)

Departamento de Ciências da Computação
Instituto de Matemática e Estatística (IME)
Universidade de São Paulo (USP)
 
 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

MÚSICA X QUALIDADE

   Ao acordar hoje, lembrei da resposta de um aluno, quando de minha indagação, do porque  não fazia anotações e  não possuía nenhum conteúdo da disciplina em seu caderno.
   A resposta foi simples: -Professora, tudo que desejo tem na "internet"....!.

 
   Estaria ele incorreto , em parte....ou completamente correto ?!!
   Certamente que haveria divergências de opiniões à respeito...
   Estamos na era das "mudanças contínuas", quando pensa-se que aprendeu algo, provávelmente já existam novas técnicas, novas teorias, novas idéias...
   Tudo ficou descartável...mais rápido...enjoa-se com facilidade. Poucos desejam saber o "porquê", sempre desejam algo "novo" e  "inédito".
  Muita "informação", mas poucos sabem "qualificar" e o que fazer com ela.
  Percebo isso também na "música". Cantores novos, grupos, bandas, despontam, fazem "sucesso", vendem muito, e "desaparecem".... O nível musical, é outro assunto, que parece ser de menor relevância para muitos, seja por falta de conteúdo ou de parâmetro.
  Precisamos reaprender a "ouvir" e usarmos o "senso crítico" para então "absorvermos" o que tem "qualidade".
  A música de boa qualidade, atravessa séculos, faz discípulos, é inesgotável... Toca a alma, os mais profundos sentimentos...essa sim "globaliza"!
 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ANOTAÇÕES X INTERNET

Depois de dois meses sem postar, resolvi escrever algo que me preocupa em nosso mundo "globalizado". Tudo mudou sem dúvida, mas sempre haverá dois lados em nossa corrida para o desenvolvimento... As informações hoje, nos chegam através dos mais variados meios de comunicação, mas sem dúvida a "internet " foi o que nos abriu as "portas" para essa rápida modalidade.
Lembro-me que para conseguirmos pesquisar alguma coisa, tinhamos de ter folhas de "papel almaço", caneta e disposição de ir até a biblioteca pública, procurar sobre o assunto, trazer muitos livros até a mesa de estudos, ler todo material e então escolher o que iríamos copiar nas folhas, para apresentar o trabalho. Os mais "afortunados" tinham uma máquina de escrever e faziam curso de datilografia, mas trabalhos "datilografados" não eram aceitos pela maioria dos professores, que desejavam trabalhos "apenas" escrito à mão.... É os tempos mudaram....para alegria de muitos....mas também para a preocupação de todos nós!
Podíamos  ouvir palestras, (sem recursos audio visuais), e copiávamos quase tudo o que podíamos em nossos cadernos de anotações, que depois eram passados à limpo. Não precisávamos esclarecer que tal frase ou tal pensamento era de determinado autor.... pois isso não era muito importante...não nos causava dano algum, caso você contasse para alguém sobre o mesmo, sem nominar a autoria...
Os tempos mudaram....sem dúvida... qualquer fato, idéia, trecho, frase, palavra, tem de ser nominado, esclarecido e comprovado quem é o autor....pois se não o fizer, automaticamente pensa-se em "plágio", em "roubo intelectual" e outras coisas mais que a lei penaliza.
Como sou da "velha guarda", e não me preocupava com essa nova forma de agir, percebo que preciso me "policiar" cada vez mais sobre esse assunto.
Dia 01 de outubro, recebi uma mensagem através de um comentário aqui em meu blog  sobre uma postagem que fiz no início de fevereiro de 2012, sendo" inquisitada" e "acusada" de plágio, por ter copiado um trecho desse post, de um trabalho "não publicado" de uma pessoa que reclamava os direitos autorais. A explicação é simples: assisti uma palestra em 2007 que eu poderia dizer "doméstica", pois foi dentro do ambiente escolar em que eu era professora, e onde seria responsável pelo coral pedagógico escolar. Então me passaram algumas dicas, que eu de forma "antiga" copiei em meu "caderno de anotações", os quais utilizei no coral, gostei, comprovei que eram idéias muito interessantes, sensatas e que deram resultados positivos. Então tive a "infeliz idéia" de compartilhar no blog... naturalmente que não coloquei autoria, pois não sabia e nem me passou pela cabeça que isso poderia me gerar um problema após quase 6 anos, e de um trabalho " sem publicação".
Espero que isso nos sirva de lição....e que sejamos "cuidadosos"....
Ahhh!! Antes que me esqueça.....não copie meu texto e se copiar....escreva quem é o autor!

domingo, 29 de julho de 2012

PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS MUSICAIS REDUZ QUEDAS ENTRE IDOSOS

Segundo uma nova pesquisa, a música pode ajudar a melhorar o equilíbrio e evitar quedas entre os idosos.
A cada ano, um terço da população com 65 anos ou mais sofre pelo menos uma queda. Metade sofre várias quedas. Segundo cientistas, há exercícios que podem neutralizar fatores de risco para quedas – tais como falta de equilíbrio – e, consequentemente, reduzir o risco de quedas em idosos.
Uma grande proporção de quedas em idosos ocorre enquanto eles andam, então melhorar o equilíbrio pode ter um impacto importante na prevenção de quedas.
O novo estudo mostrou que homens e mulheres idosos que participaram de um programa de exercícios baseado em música de piano foram menos propensos a sofrer uma queda. Eles também mostraram melhoras no equilíbrio e na forma ou estilo de andar.
O programa de exercício consistiu de uma aula de uma hora por semana com uma ampla gama de movimentos que desafiam o equilíbrio com música de piano, como  andar no tempo da música de piano ou responder às mudanças no ritmo da música.
No estudo, que durou um ano, os pesquisadores analisaram o efeito desse programa de exercícios baseado em música de piano na maneira de andar, no equilíbrio e na prevenção de quedas em um grupo de 134 idosos.


Durante os primeiros seis meses de estudo, metade dos idosos participou  enquanto a outra metade fez apenas suas atividades normais. Durante o segundo semestre do estudo, o primeiro grupo voltou à sua rotina normal enquanto o segundo grupo participou do programa de exercícios baseados em música de piano.
Os resultados mostraram que após os primeiros seis meses de exercício baseado em música de piano, houve uma melhora significativa no equilíbrio e na função global dos idosos, comparado com os outros do grupo de atividade normal. Houve também muito menos quedas no primeiro grupo: 24 quedas por 66 participantes, contra 54 quedas por 68 participantes.
No segundo semestre, aqueles que participaram no programa também tiveram benefícios semelhantes.
A conclusão dos pesquisadores é que pessoas idosas recebem benefícios ao participar de programas de exercícios baseado em música de piano, pois isso aumenta sua velocidade de caminhada habitual e o comprimento do passo, melhorando assim a sua forma global de caminhar

http://hypescience.com/programa-de-exercicios-baseado-em-musica-reduz-quedas-entre-idosos/

MÚSICA AJUDA NAS CIRURGIAS E DIMINUI A DOR

Médicos cirurgiões observaram que tocar música clássica enquanto operam seus pacientes pode beneficiá-los tanto que até o período de recuperação é mais rápido.
O estudo encorajou os pacientes a ouvir peças de Beethoven, Vivaldi e Bach durante as cirurgias. Frank Sinatra também foi oferecido aos que preferiam algo um pouco mais “fácil de ouvir” durante as cirurgias.
96 pacientes submetidos a pequenas cirurgias foram divididos aleatoriamente para participar de operações com música ou silêncio. Todos estavam acordados durante seus procedimentos, que incluíram a remoção rotineira de lesões na pele e a limpeza de feridas em membros superiores após acidentes.
A metade dos pacientes que ouviu música clássica durante sua operação relatou níveis de ansiedade mais baixos e respiração mais lenta do que os demais. Os médicos não avaliaram qual artista ou música era melhor para os pacientes.
“Ser submetido a uma cirurgia pode ser uma experiência estressante para os pacientes, e encontrar maneiras de torná-los mais confortáveis deve ser nosso objetivo como clínicos”, disse o cirurgião plástico Hazim Sadideen, que liderou o projeto no
Hospital John Radcliffe, em Oxford, Reino Unido.
Além do fator psicológico, existem também boas razões médicas para encorajar a música clássica. Pacientes mais calmos podem lidar melhor com a dor e se recuperar mais rapidamente.
“Este trabalho pequeno foi a primeira vez que uma tentativa foi feita para medir o impacto da música neste grupo específico de pacientes, ressaltando a necessidade de maior investigação para determinar se a música deve tornar-se parte da prática médica comum”, afirmou Sadideen.



Escutar música realmente pode tornar mais fácil uma situação difícil e dolorosa, como um procedimento médico – especialmente se você estiver ansioso quanto a isso.
Em um novo estudo, 134 pessoas ouviram música enquanto recebiam um choque doloroso na ponta do dedo. Pediram aos participantes para acompanhar as melodias, e identificar tons estranhos para que a mente tirasse o foco da dor.
E parece que deu certo. A dor das pessoas diminuiu conforme elas foram sendo mais e mais absorvidas pelo som. Aqueles que estavam mais ansiosos tiveram os melhores resultados quando ouviam música.
“Nossos resultados sugerem que atividades de empenho, como ouvir música, talvez sejam as mais efetivas para reduzir a dor em pessoas ansiosas”, conclui o líder da pesquisa, David H. Bradshaw.
O estudo não analisou diferentes estilos musicais. Bradshaw afirma que o tipo de música não é tão importante quanto o interesse da pessoa no resultado.
Os pesquisadores calcularam as respostas à dor através da atividade elétrica do cérebro, dilatação das pupilas e outros métodos. Esses são considerados melhores do que entrevistas posteriores.
Médicos já conhecem o poder da música há muito tempo, usada geralmente como forma de distrair pacientes ansiosos. O dentista Roger Fillingim afirma que o estudo mostra que o efeito talvez seja ainda maior em quem é exageradamente ansioso.
“O medo era que qualquer coisa que fizéssemos seria frustrado pela ansiedade, mas o estudo sugere que certos tipos de distração realmente conseguem diminuir a ansiedade e a dor”, comenta.
Raffi Tachdjian já viu crianças não sentirem dor através do seu trabalho na Children’s Music Fund, um grupo sem fins lucrativos que oferece instrumentos musicais e terapia musical para crianças, adolescentes e adultos jovens com condições crônicas e doenças permanentes.
“A música ajuda a mostrar para essas crianças que elas podem superar isso”, afirma. Além de ser uma simples distração, ela também pode ter efeitos como os da acupuntura, interrompendo os caminhos da dor. “Digamos que o ‘andar um’ é seu dedo, e o cérebro a cobertura. A música ajuda a bloquear o elevador”. Dessa maneira, os sinais da dor não conseguem viajar até o cérebro.
Para aqueles que querem um ajuda extra na próxima visita ao dentista, Bradshaw dá uma sugestão: “Ouvir música ou jogar vídeo game com fones de ouvido é efetivo, já que o som esconde o barulho dos instrumentos do dentista”.

http://hypescience.com/musica-classica-ajuda-cirurgias/

O CÉREBRO PREFERE MÚSICA CLÁSSICA

Dizer “esta música é muito boa” ou “nossa! Que música horrível” é muito comum. Todos têm seus gostos particulares e rejeitam artistas e bandas que fogem das preferências pessoais. Mas, uma pesquisa publicada no periódico científico BMC Research Notes revela que talvez haja um padrão. Segundo o artigo, as pessoas tendem a gostar das músicas que soam “complexas” aos ouvidos, mas que são “decifráveis e armazenadas” pelo cérebro, como as composições eruditas.
O autor do estudo, Nicholas Hudson, biólogo da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization, disse que o cérebro comprime a informação musical como um software de computador faz com um arquivo de áudio: ele identifica padrões e remove dados desnecessários ou redundantes. A música clássica, por exemplo, pode parecer complexa para quem ouve, mas o cérebro consegue encontrar padrões para o trabalho de compressão. Pouca coisa é descartada. Hudson usou programas de compressão de músicas para imitar como o cérebro age e usou músicas que já haviam sido analisadas em um estudo de 2009 que mediu como 26 voluntários curtiam músicas de diferentes gêneros musicais como clássico, jazz, pop, folk, eletrônica, rock, punk, techno e tango.


Entre as músicas que o biólogo escolheu, “I should be so Lucky” da Kylie Minogue foi comprimida a 69,5% de seu tamanho original; “White Wedding” do Billy Idol foi diminuída a 68,5%; e a Terceira Sinfonia do Beethoven foi reduzida a 40,6% do seu tamanho inicial. O cérebro, como o software encontraram mais padrões na música do compositor alemão. Com as outras músicas, ele teve pouco trabalho de compressão, pois o resto foi “jogado fora”. Fazendo uma comparação, as músicas mais “comprimíveis” foram aquelas escolhidas como as mais agradáveis no estudo de 2009.
Mas, porque nosso cérebro gosta mais das músicas que o fazem trabalhar mais para comprimi-las? “É da nossa natureza sentir mais satisfação ao atingir uma meta quando a tarefa é mais difícil. As coisas fáceis trazem um prazer superficial. As músicas mais simples, com poucos padrões de compressão, rapidamente ficam irritantes e deixam de ser estimulantes”, disse Hudson. Esta é uma explicação para aquela sensação de enjoar rapidamente de uma música. O teste também incluía barulhos aleatórios que só puderam ser comprimidos a 86%. O resultado foi que estes sons causaram indiferença e tédio nas pessoas.
Já foi dito que música clássica ajuda a memória, ajuda o foco nos estudos e pode até deixar as pessoas mais inteligentes. Este é mais um estudo que comprova a qualidade da música clássica, mas, como diz o ditado: gosto não se discute. [LifesLittleMysteries]

http://hypescience.com/o-cerebro-prefere-musica-classica/

sexta-feira, 20 de julho de 2012

INFLUÊNCIA DA MÚSICA SOBRE TRANSPLANTADOS (PESQUISA)

Estudo avalia como ouvir clássicos pode melhorar resposta anti-inflamatória e ação do sistema imunológico no caso de transplantes de órgãos e tecidos.


Masateru Uchiyama, pesquisador da Universidade de Jutendoem Tóquio, e chefe do estudo, considera que a música tem papel importante na cultura humana. Por isso, muitos cientistas estudam seus efeitos psicológicos e deparam-se com resultados surpreendentes. “A música pode melhorar o desempenho de pessoas que estão fazendo testes de raciocínio lógico, reduzir o estresse, trazer sentimentos de conforto e relaxamento, promover a distração de uma dor e melhorar os resultados da terapia clínica”, destaca o cientista no artigo.

Para chegar à conclusão de que os sons clássicos podem ajudar a evitar a rejeição de órgãos, Uchiyama submeteu camundongos a um transplante de coração, além de inserir em seus organismos fluidos e tecidos de animais geneticamente diferentes. As cobaias, que tinham de 8 a 12 semanas, foram então distribuídas aleatoriamente em cinco grupos. Desses, um não recebeu nenhum tipo de estímulo sonoro, enquanto os quatro restantes foram expostos, nos seis dias depois do transplante, a diferentes tipos de som: peças de Mozart, a ópera La Traviata, o estilo new age na voz da cantora Enya e sons de uma única frequência.

Depois de receber o coração, o sistema imunológico dos camundongos acionou a propriedade aloimune, que ocorre quando o corpo tenta combater células invasoras, vistas pelo organismo como uma ameaça. Depois do período estipulado, as cobaias que ouviram música clássica ou ópera apresentaram maiores índices de sobrevida (aproximadamente 26 dias), comparando-se aos animais que foram expostos ao new age. Nesse caso, eles viveram, em média, 11 dias depois da cirurgia.

Os pesquisadores observaram que um dos principais motivos para que isso ocorresse foi o aumento das quantidades de linfócitos CD4 e CD25 – células de defesa do organismo que regulam a resposta imunológica e têm propriedades anti-inflamatórias.

Estado de Minas
Publicação: 13/04/2012 09:06    Atualização: 13/04/2012 09:20

MÚSICA X PLANTAS

Uma série de experiências interessantes e eventualmente muito controversas sobre os efeitos da música sobre as plantas começou em 1968 quando Dorothy Retallack, uma organista profissional e mezzo-soprano, que deu concertos no Beacon Club de Denver, entre 1947 e 1952, sentiu-se deslocada quando seus oito filhos foram para a faculdade. Para não ser o único membro da família sem um diploma, a Sra. Retallack surpreendeu sua própria família com a sua própria inscrição para o curso de música na Faculdade Temple Buel. Sendo solicitada a produzir uma experiência de laboratório na área de biologia, a Sra. Retallack lembrou-se vagamente de haver lido um artigo sobre Goerg Smith haver tocado discos em campos de milho.
Seguindo o exemplo do Sr. Smith ela juntou-se a um colega de estudos, cuja família providenciou um quarto vazio em sua casa e criou dois grupos [de plantas], os quais incluíam filodendros, milho, rabanetes, gerânios e violetas africanas. Os cientistas novatos suspenderam luzes Grolux sobre um grupo e tocaram gravações das notas musicais Si e Ré, tocadas ao piano a cada segundo, alternando com cinco minutos de silêncio. A gravação era tocada continuamente por doze horas por dia. Durante a primeira semana, as violetas africanas, que haviam murchado no início da experiência, reviveram e começaram a florescer. Por dez dias todas as plantas pareciam estar se desenvolvendo bem; mas no final da terceira semana todas as plantas, como se atingidas por um vento forte, morreram, com a notável exceção das violetas africanas, as quais permaneceram de alguma forma sem serem afetadas exteriormente. O grupo de controle, que foi deixado crescer em paz, floresceu.
Quando ela relatou estes resultados ao seu professor de biologia, e perguntou se poderia realizar uma experiência com um controle mais elaborado para o crédito no curso, ele concordou relutantemente. “A idéia me fez resmungar um pouco,” disse mais tarde o Prof.Browan, ”mas era uma novidade e decidi aceitá-la, embora a maioria dos outros estudantes tenha rido alto.” Browan disponibilizou para a Sra. Retallack três Câmaras Ambientais Bitronic Mark3, de quinze metros de comprimento, compradas recentemente pelo seu departamento, semelhantes em formato a aquários caseiros, mas muito maiores, as quais permitiam um controle preciso da luz, temperatura e umidade.
Separando um grupo como controle, Retallack usou as mesmas plantas que na primeira experiência, com exceção das violetas. Tentando encontrar a nota musical mais apropriada à sobrevivência [das plantas], a cada dia ela tentou uma nota Fá, tocada continuamente por oito horas em uma câmara e três horas intermitentemente em outra. Na primeira câmara suas plantas estavam completamente mortas dentro de duas semanas. Na segunda câmara as plantas estavam muito mais saudáveis do que as [da câmara de controle] que foram deixadas em silêncio.
A Sra. Retallack e o Prof.Browan ficaram confusos com estes resultados, pois não tinham idéia do que poderia estar causando as reações divergentes e não ajudaria em nada ficar se perguntando se as plantas haviam sucumbido a fadiga, ou tédio ou se tinham simplesmente “ficado malucas”. As experiências precisas levantaram uma onde de controvérsia no departamento, pois tanto estudantes quanto professores ou rejeitavam todo este esforço como sendo espúrio, ou ficavam intrigados pelos resultados inexplicáveis. Dois estudantes fizeram uma experiência de oito semanas com abóboras de verão, tocando música de duas estações de rádio de Denver nas suas câmaras, uma rádio especializada em música rock fortemente acentuada e outra em música clássica.
As trepadeiras não ficaram indiferentes às duas formas musicais: aquelas que foram expostas a Hadyn, Beethoven, Brahms, Schubert e outros mestres europeus dos séculos dezoito e dezenove cresceram na direção do rádio transistorizado, uma delas até mesmo enroscando-se gentilmente em volta dele. As outras abóboras cresceram afastando-se da transmissão do rock e até tentaram subir mas paredes escorregadias de sua caixa de vidro.
Impressionada pelo sucesso de seus amigos, a Sra. Retallack executou uma série de experimentos similares no início de 1969 com milho, abóboras, petúnias, zínias e malmequeres; ela notou o mesmo efeito. A música rock ou fazia com que as plantas a princípio crescessem de muito, de forma anormal e com muito poucas folhas ou permanecessem mirradas. Dentro de duas semanas todos os malmequeres haviam morrido, mas a apenas dois metros de distância malmequeres idênticos. Desfrutando dos sons clássicos, estavam florescendo. Ainda mais interessante, a Sra. Retallack descobriu que mesmo durante a primeira semana, as plantas estimuladas pelo rock estavam usando muito mais água do que a vegetação que era entretida pela música clássica, mas aparentemente tirava manos proveito disso, uma vez que o exame das raízes no décimo oitavo dia revelou que o seu crescimento no solo era pequeno no primeiro grupo, medindo apenas cerva de uma polegada, enquanto que no segundo grupo elas eram grossas, curvadas e cerca de quatro vezes mais longas.
Neste ponto, vários críticos sugeriram que as experiências eram inválidas, por causa de variáveis tais como o zumbido dos sessenta ciclos, o “ruído branco” ouvido de um rádio sintonizado em uma freqüência não ocupada por uma estação radio transmissora, ou as vozes dos apresentadores de propagandas, emitidas pelos aparelhos de rádio, não haviam sido levadas em conta. Tara satisfazer a estas críticas, Retallack gravou música rock a partir de discos. Ela selecionou as execuções de rock extremamente percussivo de Led Zepplin, Vanilla Fudge and Jimi Hendrix. Quando as plantas se afastaram desta cacofonia, Retallack girou todos os vasos em 180 graus, apenas para ver as plantas inclinarem-se na direção oposta. Isto convenceu a maior parte dos críticos de que as plantas estavam definitivamente reagindo aos sons da música rock.
Tentando determinar o que havia na música rock que perturbava tanto as plantas, Retallack supôs que poderia ser o componente percussivo da música e começou ainda uma outra experiência no outono. Selecionando a conhecida música espanhola “La Paloma”, ela tocou uma versão desta música executada em tambores de aço em uma câmara e outra versão desta música tocada com cordas na segunda. A percussão causou nas plantas de Retallack uma inclinação de dez graus com relação à vertical, mas nada comparável ao rock. As plantas que ouviam as cordas inclinaram-se quinze graus em direção à fonte da música.
Bibliografia:

Livro: "The Secret Life of Plants"
de: Peter Tompkins and Christopher Bird.
Editores: Harpers and Row.
Trechos extraídos do capítulo 10 "A Vida Harmônica das Plantas"
Traduzido por Levi de Paula Tavares em Dezembro/2004

Orquestra Filarmônica Real


Uma das mais prestigiadas orquestras britânicas se apresentou para uma audiência fora do comum – várias filas de plantas, na tentativa de ver se a música ajuda-as a crescer!
A Real Filarmônica orquestra apresentou um recital de três horas no Cadogan Hall em Londres, com 33 músicos tocando peças como a sinfonia n.40 de Mozart. Eram mais de 100 variedades diferentes de plantas e bulbos, incluindo gerânios, fúcsias e outras plantas perenes.
Segundo o maestro Benjamin Pope, esta foi uma das audiências mais estranhas para a qual a orquestra tocou, mas espera-se que a que o som da música clássica resultará em crescimento e florescência nos próximos meses.

http://planetativo.com/2010/2011/04/2106/


Os pesquisadores, do Instituto Nacional de Agricultura Biotecnológia da Coréia do Sul, expuseram uma plantação de arroz ao som de 14 fragmentos de música clássica, enquanto monitoravam seu nível de atividade genética.

A atividade genética ocorre quando o código de DNA dos genes recebe "instruções" para realizar processos biológicos como o crescimento.

Os estudiosos ficaram surpresos ao perceber que o barulho provocou a reação em dois genes, rbcS e Ald. Como estes também são conhecidos por apresentar resposta à presença da luz, os cientistas resolveram repetir a experiência no escuro, observando os mesmos resultados.

Os pesquisadores não souberam explicar por que as plantas reagiram às ondas sonoras, mas especulam que as mudanças genéticas observadas podem ativar outros genes responsáveis pelo crescimento.

Os pesquisadores esperam que os resultados possam ajudar os cultivadores. Eles poderiam, sugerem os cientistas, promover sessões de música nas áreas de cultivo para impulsionar o crescimento das plantas.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070830_falarcomplantas_fp.shtml

segunda-feira, 9 de julho de 2012

ARTE DE ESCUTAR (OUVIDO ABSOLUTO)

Venha experimentar  novo programa de percepção musical e afine seus ouvidos!
Estude de uma forma revolucionária!
É um desafio com diversos níveis de dificuldade que o ajudarão a treinar e refinar seu ouvido de uma forma realmente incrível!
Acesse o link:
http://www.ouvidoabsoluto.com.br/

Experimente já!!

OUVIDO ABSOLUTO (JOGO)

Seu objetivo é descobrir qual nota foi tocada e assim treinar seu ouvido para reconhecer cada uma das notas musicais. O jogo começa com apenas duas notas, ou seja, você precisa diferenciar somnte dois sons. Conforme você for somando pontos, novas notas serão acrescentadas dificultando cada vez mais o reconhecimento de um som específico.
Para jogar basta clicar no botão com o nome correspondente a nota que acabou de ser tocada. A cada nova fase, novas notas serão incluídas, e portanto, novos botões também serão incorporados ao jogo.
No canto inferior direito exisem ícones de alguns instrumentos musicais, clicando nesses ícones você poderá  selecionar qual instrumento emitirá os sons das notas do jogo.

http://www.pratiquemusica.com.br/ouvido-absoluto.jsp


Boa sorte!!!

domingo, 8 de julho de 2012

OUVIDO ABSOLUTO (TESTE)

InformaçãoO objetivo deste estudo é avaliar se a habilidade de identificar notas musicais através do ouvido absoluto varia sistematicamente quando as alturas a serem identificadas são emitidas em diferentes timbres. Se você tem ouvido absoluto, ou suspeita que tem, participe desta investigação. O procedimento completo consiste de breve questionário e de teste de ouvido absoluto. As informações que você nos fornecer serão mantidas em confidencialidade e serão usadas apenas neste estudo. Ao preencher o questionário, você estará consentindo em participar desta investigação.

O teste de ouvido absoluto é dividido em quatro etapas. Em cada etapa serão apresentadas 24 notas musicais (do Lá 3 ao Sol b 5) de maneira aleatória. Cada uma das diferentes etapas apresenta um som instrumental ou timbre específico. Após ouvir uma nota, você terá três segundos para clicar na resposta que você achar correta. Decorrido esse tempo, uma outra nota será apresentada. Entre as etapas, você poderá descansar durante o tempo que julgar necessário. Quando estiver pronto para começar a etapa seguinte, clique em "próximo teste". O procedimento completo tem duração aproximada de 15 minutos.

Seus resultados serão apresentados quando você terminar a quarta etapa do teste. Você receberá 1 ponto para cada resposta correta e 0,75 para cada resposta que estiver desviada de um semitom. A pontuação máxima em cada etapa é de 24 pontos.

Os investigadores responsáveis por este estudo são a Profa. Patrícia Vanzella (Universidade de Brasília - Departamento de Música) e o Prof. Glenn Schellenberg (University of Toronto - Department of Psychology).

Se você necessitar de algum esclarecimento, entre em contato conosco através do e-mail pvanzella@unb.br.

Por favor, clique em "iniciar" para introduzir seus dados. Agradecemos sua participação.

iniciar


http://perfectpitch.freehostia.com/info_port.html

OUVIDO ABSOLUTO

É a capacidade de perceber e dar nome a cada uma das notas que chega ao seu ouvido. E não estamos falando só de música: também vale sons vindos de buzina, chiados da natureza, vozes de animais, barulhos de máquinas... A explicação para esse dom não está no aparelho auditivo, mas na cabeça(cérebro).Quem tem ouvido absoluto possui mais capacidade de receber e interpretar estímulos do lado esquerdo do cérebro, onde os sons são processados. “Neles, essa região é ainda mais ativa que em músicos”, diz Mauro Muszkat, neurologista da Unifesp.
Uma em cada 10 mil pessoas tem essa habilidade, mas os especialistas não sabem explicar ao certo por que ela ocorre. Alguns acham que é uma característica herdada geneticamente. Outros, que é um talento desenvolvido com muita dedicação e treino. Há os que acreditam, ainda, que todos nós nascemos com essa habilidade, mas, se não a utilizamos, a perdemos.
Apesar de se manifestar normalmente em músicos, leigos também podem ter ouvido absoluto. Nesse caso, as respostas são sensoriais: ele terá facilidade em armazenar e codificar tons e saberá instintivamente encontrar as notas em um instrumento, mesmo sem saber o nome delas.



 Fisicamente e funcionalmente, o sistema auditivo de um ouvinte absoluto não parece ser mensuravelmente diferente de um não-absoluto. Pelo contrário, "A percepção do ouvido absoluto não é dependente de um tipo especial de ouvido; reflete uma habilidade especial para analisar informações de frequência, presumivelmente envolvendo processamento cortical de alto nível. " Ouvido absoluto é um ato de cognição, necessitando memória da frequência, um símbolo para a frequência (como" B-flat "), e da exposição para o alcance do som envolvidos por esse símbolo categórico. Ouvido absoluto pode ser diretamente análogo ao reconhecer cores, fonemas (sons da fala) ou outra percepção de estímulos sensoriais categórica. Mesmo que a maioria das pessoas já aprenderam a reconhecer e nomear a cor azul pela sua frequência, é possível que aqueles que tiveram (por volta das idades de 3 e 6) uma significativa exposição aos nomes dos tons musicais identifiquem , por exemplo, um C3 (Dó central). No entanto, pode ser genético, possivelmente traço genético autossômico dominante, ainda que "poderia ser nada mais que uma capacidade humana geral cuja expressão é fortemente distorcida pelo nível e tipo de exposição à música que as pessoas experimentam em uma determinada cultura.

O sentido do ouvido absoluto parece ser influenciado pela exposição cultural à música, especialmente na familiarização da igual-temperada escala de Dó maior. A maioria dos ouvintes absolutos que foram testados a este respeito, identificou os principais tons da escala de Dó maior mais fiavelmente e, com exceção do Si, mais rapidamente do que os cinco tons sustenidos, o que corresponde à maior prevalência destes tons em simples experiências musicais. Um estudo alemão de não-músicos também demonstrou um viés por usar os tons da escala de Dó maior em um discurso comum, especialmente em sílabas relacionadas com a ênfase.
Em seu artigo sobre ouvido absoluto no New Grove Dictionary of Music and Musicians, o músico Richard Parncutt e o psicólogo cognitivo Daniel Levitin, apresentaram alguns tipos de ouvido absoluto: Passivo, ativo e muito fino.

Ouvido absoluto passivo

Uma pessoa com ouvido absoluto passivo é capaz de identificar as notas individuais que escuta, e pode identificar a tonalidade de uma composição (assumindo que possui um certo nível de conhecimento musical), porém não é capaz de cantar as notas necessárias.
Entre os autistas e savants, a incidência de ouvido absoluto se encontra à 1/20 ou mais. O ouvido absoluto também é comum entre aqueles que possuem a Síndrome de Williams.

Ouvido absoluto activo

As pessoas com ouvido absoluto activo têm a capacidade de cantar qualquer nota que se lhe é solicitada, sem ter outra como referência. O número de possuidores de ouvido absoluto activo nos Estados Unidos é de 1/10.000. Nem todas as pessoas com ouvido absoluto activo são músicos, contudo a preparação musical é necessária para o completo desenvolvimento do potencial auditivo de uma pessoa com ouvido absoluto.

Ouvido absoluto muito fino

As pessoas com ouvido absoluto muito fino não só são capazes de reconhecer uma nota pelo seu nome, como também saber quando uma nota está ligeiramente mais aguda ou mais baixa com respeito ao padrão de afinação comum (440 Hertz). Esta habilidade é extremamente rara.
Alguns músicos com ouvido absoluto muito fino são capazes de reconhecer se uma obra está desafinada com respeito à afinação comum à uma distância de poucos savarts. Um Savart é a unidade de afinação, ou seja, a quantidade de desafinação que pode perceber um ouvido. Equivale à 4 cents. Um cent é a centésima parte de um semitom. Estima-se que apenas 1 a cada 650 pessoas no mundo possuam tal capacidade.

Percepção

Embora o ouvido absoluto se radica na capacidade de perceber e identificar a cor do tom - onde a cor é uma interpretação psicológica de uma frequência vibratória fundamental, ouvido absoluto não é uma capacidade aumentada para perceber e discriminar gradações de frequências sonoras, mas sim a capacidade de categorizar mentalmente sons em áreas de altura predefinidas. O senso de audição de um ouvinte absoluto é mais preparado do que a de um não absoluto (normal); além disso, as tarefas de identificação (reconhecer e nomear uma nota) e de discriminação (detectar mudanças ou diferenças nas taxas de vibração) são realizados com diferentes mecanismos cerebrais.

Problemas potenciais

Pessoas com ouvido absoluto se sentem irritados quando uma peça musical é transposta para outro tom ou tocada em um padrão diferente. Músicos com ouvido absoluto podem falhar com relação a desenvolver as habilidades de um ouvido relativo quando seguindo os currículos de padrão persistindo em vez de um hábito de música conceptualizadora como uma sequência de tons absolutos. Assim, acham difícil transpor ou tocar um instrumento transpositor. Possuidores de ouvido absoluto também são conhecidos por acharem difícil tocar com uma orquestra que esteja afinada fora do padrão original (A4=440 hertz.)

Principais habilidades

Possuidores de ouvido absoluto possuem, além das capacidades mencionadas acima, algumas outras qualidades incríveis de reconhecimento de notas, como as mostradas abaixo:
  • Nomear notas e acordes apenas por ouvi-los
  • Cantar qualquer tom usando a memória (sem nenhum tom de referência)
  • Cantar canções pelo ouvido (após apenas escutá-las)
  • Compor música usando a própria cabeça
  • Identificar tons de canções apenas por ouvi-las
  • Ler folhas de música mentalmente
  • Saber se um tom é sustenido ou bemol sem um tom de referência

Ruído para os ouvidos

Quando um ouvido absoluto faz a diferença
Jimi Hendrix
Sem grana para comprar um diapasão, ele foi a uma loja, dedilhou um instrumento aberto e afinou seu primeiro violão depois, em casa. No começo da carreira, aprendia todo o repertório de uma banda nova ouvindo as músicas uma única vez.
Mozart
Aos 5 anos ele já tocava piano e compunha melodias inteiras. Seu pai, exigente, o obrigava a estudar sem parar. Seu ouvido absoluto lhe permitiu classificar o grunhido de um porco: era um sol sustenido.
João Gilberto
Parte do seu mau humor vem de seu ouvido absoluto. Supersensível, João não tolera celular, cochichos na platéia, ar-condicionado barulhento ou caixas de som desreguladas – por isso mandou trazer técnicos do Japão para seus últimos shows no Brasil.
Hermeto Pascoal
Quando era criança, transformava panelas, bacias com água e penicos em instrumentos afinadíssimos. Em um de seus discos, Hermeto deu uma de Mozart e utilizou porcos para criar novas sonoridades.

http://super.abril.com.br/saude/ouvido-absoluto-447768.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido_absoluto

DITADO MELÓDICO

Ditado Melódico serve para treinar o ouvido para identificar notas.

1) Como funciona? No link    music-net.awardspace.biz/
Será tocada uma sequencia de notas que você deve escrever na partitura. ( A primeira nota executada sempre será a tônica(no caso Dó) e já estará escrito na partitura )

Em seguida clique em "OK" para ver se escreveu a notas corretamente ou clique em "Ouvir Novamente" para ouvir o mesmo ditado melódico

2) Tutorial sobre Ditado Melódico



3) Algumas questões de vestibular da UFG do Curso de Música (com respostas) do ano de 2009, verificação de percepção e apreciação musical (Ditado rítmico e melódico)

www.vestibular.ufg.br/...1/.../02_Musica_Ditado_2009_respostas.pdf

quarta-feira, 4 de julho de 2012

HARMONIA APLICADA- RESOLVENDO ACORDES DISSONANTES




Um dos pilares da harmonia aplicada à música popular é a presença do intervalo de Trítono (intervalo de 3 tons entre duas notas) e sua resolução.
 Estamos disponibilizando trechos dos materiais didáticos usados  no curso de licenciatura  em Música EAD e agora é a vez desse assunto tão importante para quem quer arranjar, acompanhar, compor, improvisar e até mesmo enriquecer sua performance.
Assim conheça e aplique os acordes de Dominantes (primários, secundários, substitutos e alterados), Diminutos e Com Sexta, em suas mais frequentes utilizações e enriqueça sua música!
Clique na imagem abaixo para ler on-line o documento com o documento “Harmonia aplicada à música popular: resolução de acordes que contém o trítono”:

Harmonia aplicada à música popular Resolução de acordes que contém o trítono
Para fazer download desse documento clique aqui

Written by Música Ead