sábado, 10 de maio de 2014

A Intervenção da Musicoterapia no Método Mãe Canguru

por: Cláudia Drezza Murakami
A idéia de que música é saúde já circula desde o século seis a.C. Naquele tempo, Pitágoras já dizia que para o corpo e mente ficarem sintonizados com a harmonia do universo a receita era simples e eficiente: música e dieta vegetariana. Quanto à dieta há discussão, mas até os médicos já sabem que música ajuda a curar. A isso se chama musicoterapia.
A definição oficial, da Federação Mundial de Musicoterapia: “É a utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um profissional qualificado, com um cliente ou um grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender às necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele alcance uma melhor integração intrapessoal e conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento.”
Vários estudos confirmam a importância que a música tem para o bem estar do bebê, desde quando ele ainda é um feto e está no ventre da mãe. A música traz tranqüilidade para a mãe e para o bebê, introduzindo-o na sensibilização aos sons, desde muito cedo.
Não dá pra imaginar um mundo sem som e se pararmos para analisar, quase todos os sons que ouvimos durante dia-a-dia, são como instrumentos musicais tocando alguma melodia: os pingos de uma torneira, os trovões, a chuva, as cigarras cantando lá fora, o arrastar de um chinelo ao andar, as ondas do mar explodindo na praia e tantos outros. O Estímulo Musical tem que começar na gravidez; a futura mamãe deve entoar canções infantis ou até mesmo ouvir música. Isso porque a partir do 7º mês de gestação, o bebê consegue reconhecer vozes, música e sons do ambiente, além dos batimentos cardíacos da mãe.
Pesquisas revelam que o desenvolvimento da inteligência é bem maior nas crianças cujas mães cantavam para seus bebês, enquanto eles ainda estavam no útero. E esse resultado pode ser ainda mais benéfico se a mãe der continuidade ao estímulo musical da criança
A posição canguru foi idealizada na Colômbia em 1979 com o objetivo de diminuir a mortalidade neonatal elevada naquele país. A idéia era de que a colocação do recém-nascido contra o peito da mãe, promoveria maior estabilidade térmica, substituindo as incubadoras, permitindo alta precoce, menor taxa de infecção hospitalar e conseqüentemente melhor qualidade da assistência com menor custo para o sistema saúde.
No entanto, quando adequadamente analisado esse procedimento não mostrou a melhoria esperada na sobrevida dessas crianças prematuras, aumentando o risco com esse tipo de cuidado.
Mas a atitude de promover um contato pele a pele precoce entre a mãe e o seu bebê mostrou desenvolver um maior vínculo afetivo e um melhor desenvolvimento da criança. Devido aos benefícios da atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso “método mãe canguru” e da música para a gestante e bebê, nota-se que a união dessas técnicas “Musicoterapia e Método Mãe Canguru” só têm a acrescentar a favor de mãe e filho, visando rápida recuperação de ambos, fortalecimento de vínculo, diminuição de ansiedade e depressão materna e do stress hospitalar.
Utilizando a técnica mãe canguru, deixando o recém-nascido pele a pele e na posição vertical com a mãe, a mãe irá improvisar algumas cantigas para o bebê. Ela irá sugerir a música para seu filho, e cantando suavemente, acompanhada pelo instrumento “teclado”, irá acariciá-lo, tocar seu rostinho, suas mãozinhas, e demonstrando todo o seu amor ao bebê, fortalecendo ainda mais o vínculo entre mãe e filho, a voz da mãe irá acalmar e dar segurança a esse bebê que sentindo toda essa situação “amado, desejado”, irá se recuperar mais rápido.
Aproveitando muito dos acalantos, pois segundo Aberastury / Alvarez de Toledo (s.d., p.35) reconhecer a voz materna é uma das experiências mais precoces e totais da vida de um bebê, pode ser considerada como um “leite que entra pelos ouvidos” segundo os autores.( apud Negreiros, 2000, p. 3) .
Referências Bibliográficas:
NEGREIROS, Martha. A Musicoterapia no Aleitamento Materno Exclusivo. [dissertação] . Rio de Janeiro (RJ) : Maternidade Escola da UFRJ, 2000.

Claudia D. Murakami ( cdmurak@hotmail.com ) é musicoterapeuta clínica e professora de musicalização para portadores de deficiência

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http://musicaeadoracao.com.br/artigos-tecnicos/teoria-musical/

A Atividade Motora na Idade Escolar

por: autor desconhecido [*]
Na idade escolar a atividade motora nova e essencial é escrever. Apesar de as crianças já terem aprendido a escrever antes, é só agora que a escrita se torna conteúdo essencial do dia-a-dia escolar. Escrever é uma atividade que combina motricidade e percepção. Por isso, freqüentemente a leitura fraca acompanha um distúrbio na escrita.
Até certo ponto a escrita escolar se assemelha ao desenho de formas geométricas que passa a ser treinado na escola com o professor ou com trabalhos musicoterapêuticos. Cada movimento e cada combinação deles é um processo individual. Quanto menos um movimento através do treino se assemelha a uma forma geral, tanto mais se uma expressão pessoal. Essa expressão é observada nos movimentos grandes e pequenos, nos estáticos e dinâmicos. Embora a prática da música imponha que o cérebro quase inteiro movimente todo o corpo, é nas mãos que fixamos nossa atenção. Se não fossem as mãos, a música dificilmente poderia desenvolver-se para além da canção.
Na natureza, não encontramos maior agilidade e flexibilidade de movimentos que as mãos e é por essa razão que na área motora do cérebro ela alcança grande hierarquia. Nossa facilidade manual reside não apenas em movimentos dos pulsos e dedos, mas também de cotovelos e ombros que orientam precisamente as mãos. O movimento é uma preocupação do cérebro inteiro.
Tocar um instrumento é dançar com as mãos, é dar harmonia a todo movimento dos membros superiores. Em meu trabalho com as crianças deficientes que estudam numa mesma escola, enfoco bem que dançar não é necessário que envolva todo o corpo, mesmo porque, há crianças no grupo que não se locomovem sem uma cadeira de rodas. O dançar com as mão envolve todo o movimento de coordenação motora fina, sem contar que o prazer anda lado a lado com os movimentos. O corpo acaba por receber estímulos, pois, um músculo não age sozinho, mas sempre em cadeia.
A música, por sua vez, vibra no corpo dando a sensação de movimento constante. Dançar com as mãos implica treinar a coordenação de membros superiores, pois é trabalhado todo o espaço. Envolve a cognição e atenção executando pequenos e grandes movimentos em todos os planos do espaço, ou seja, plano alto, médio e plano baixo. Enquanto um músico toca, o cérebro assume uma carga altíssima. A mão é articulada ao pulso, que se torce ao se cruzarem os ossos do antebraço. Este, articula-se na parte superior do braço, presos pelo ombro. O ombro se flexiona em conexão com a parte superior das costas e, esta gira em torno da espinha dorsal. A espinha dorsal se encaixa na pelve, onde há mais duas articulações, pernas e pés flexíveis.
Quando um regente ergue sua batuta ou uma criança pega uma bola e a leva para cima para arremessá-la, todas estas articulações trabalham em uníssono. Os brinquedos são instrumentos de atividades lúdicas e as ferramentas com as quais as crianças desenvolvem suas habilidades motoras. Na musicoterapia, os brinquedos são substituídos pelos instrumentos sonoros e musicais, o que não diminui o desenvolvimento motor, ao contrário, parece estimular ainda mais devido à curiosidade das crianças e o manejo de cada um deles.
Alguns exigem certa destreza, o que faz com que as crianças treinem um determinado movimento de modo eficaz, favorecendo tanto a psicomotricidade fina, quanto a sonoridade, temos como exemplo, o triângulo. Nesse instrumento, as crianças devem aprender a não apertá-lo e sim pinça-lo de modo que ao tocar o ferro junto ao instrumento, este vibre em todos os seus contornos e não tenha um som “abafado”. Crianças com maior espasticidade, devem estar com ombros, cotovelos punho e mão relaxados para obter o som desejado. A princípio este instrumento pode causar repulsa por parte de crianças deficientes, pois limita sua capacidade de tocar e ouvir uma boa sonorização, fazendo perceber na criança sua falta de controle, mas depois, com exercícios de relaxamento, quebra de padrões e treino, a criança consegue executar os movimentos adequados.
Outro instrumento muito utilizado é o tambor, instrumento este, que pode ser tocado e manipulado de diversas formas, não apenas com as mãos, mas com outras partes do corpo, possibilitando à criança uma liberdade de expressar a criatividade sonora e perceber que, apesar de limitações físicas, essas podem ser ajustadas de forma funcional, promovendo prazer. A técnica de dançar com as mãos consiste em sensibilizar as crianças com diversas músicas de ritmos diferentes e estas expressarem seus sentimentos com os membros superiores explorando todo espaço ao redor do corpo. Outra variante é expressar os ritmos no papel, dançando com lápis colorido.




[*] – Nota: Os editores do Música Sacra e Adoração não localizaram informações acerca do autor deste artigo. Qualquer contribuição acerca desta informação será bem-vinda.
http://musicaeadoracao.com.br/25466/a-atividade-motora-na-idade-escolar/