Presumivelmente, grandes cantores tenham tido importante status social tal qual os shamãs ou os grandes caçadores. Posteriormente é possível que neste cenário tenha surgido não apenas os instrumentos de percussão mas, outros tipos de instrumentos para acompanhar o canto. Em algum momento da historia foi criada a "música solo" para se admirar e apreciar os melhores cantores e instrumentistas. É possível, que essas performances inicialmente fossem destinadas principalmente à aristocracia e fosse puramente musical. Com o desenrolar da historia houve a fusão da música e da poesia usada para entreter a aristocracia (e mais tarde o povo) com histórias que elas estavam familiarizadas. Durante a Idade Clássica no teatro grego, estas histórias se tornaram mais abstratas e metafóricas, e a música se tornou menos direta.
Com o advento do Cristianismo a musica ganhou novo propósito, o de cantar louvores a Deus e o de conclamar para a oração. A música, basicamente, se tornou um veículo de mensagem não só de uma história, mas sim de um sistema ideológico inteiro. Em algum ponto da historia pessoas comuns começaram a criar canções para seu próprio consumo ou "Folksongs".
Estas canções não eram sobre heróis ou Deuses, mas sobre as alegrias e tristezas do dia a dia da vida rural. A música para a aristocracia ficou mais sofisticada, seja porque pudessem comprar os melhores instrumentos do mercado, seja porque pudessem contratar os melhores cantores e instrumentistas do reino. E esta musica veio a ser chamada de "música clássica". Com a invenção da polifonia, reduziu-se grandemente a ênfase do ritmo que veio ser considerado como bastante primitivo e elemento de plebeus. Pelo contrário, a música folclórica confiou pesadamente no ritmo usado para cantar e dançar. De certo modo,o ritmo se tornou principal fator de discriminação entre o clássico e a música folclórica.
Esta era a situação da música européia (clássica e popular") quando da chegada à América. Neste caldeirão que existia na América, os europeus foram forçados pela primeira vez a admitir que havia muitos tipos diferentes de música folclórica. Enquanto o instinto racial era o de separar, os europeus ocidentais (os Anglo-saxônicos em particular) dos outros, mas era só uma questão de tempos para que fossem rompidos estes limites. A constatação mais traumática para os europeus foi a existência da música africana. Descartada como coisa exótica, do reino animal (quase como os sons dos animais), a música africana conseguiu coexistir durante quase dois séculos muito próximo da música européia, antes de fazer a incursão na sociedade branca americana. Durante o século 19 vários elementos da música africana começaram a se infiltrar na música folclórica branca (Este foi um fenômeno tipicamente americano). Novamente, ritmo foi o fator fundamental de discriminação. O Ritmo não era uma invenção africana, mas certamente a "poli-ritmia" africana eram muitíssimos diferentes dos ritmos lineares de música folclórica européia. Os efeitos da música africana na música branca foram pouco sentidos no inicio, mas ela viria a e tornar o principal combustível do que estava por ocorrer na musica norte-americana. Na realidade, a música folclórica européia tinha tido poucas mudanças por muitos séculos, mas ela ia mudar uma vez que a música afro-americana ajudou a influenciar isto.
O status da música clássica européia permaneceu inalterado, pois firmemente recusaram a aceitar a música africana (ainda considerada uma expressão animal e inferior) e toda a sua descendência mulata.
O status da música clássica européia permaneceu inalterado, pois firmemente recusaram a aceitar a música africana (ainda considerada uma expressão animal e inferior) e toda a sua descendência mulata.
Coral Kadmiel
Fonte:http://sites.google.com/site/juaresdemira/negro-spirituals/a-musica-africana-na-evolucao-da-musica-ocidental
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