“O
educador é peça-chave. Ele transmitirá os valores, as motivações, as
estratégias. Ajudará a interpretar a vida. Nós, educadores, estamos mais em
jogo do que a criança e jovens. Se não formos capazes de ensinar, será
impossível aprender”. FEUERSTEIN, 1994.
Como o lar é a primeira escola da
criança, os pais, no papel de mediadores, devem apresentar situações à criança
com a preocupação de focar mais os aspectos que as respostas. Porque sem a
mediação, a informação é captada de forma difusa e fragmentada, pondo em risco
a integração da criança. Mediação pobre, segundo Fonseca (2002):
(...) tende a afetar as estruturas
cognitivas da criança, tornando-as assistemáticas e episódicas, não permitindo,
conseqüentemente, que seu comportamento seja elaborado de modo preciso e
ajustado. Se a interação entre professores e alunos for carente de mediação, as
crianças tendem a ser mais desorganizadas, mais impulsivas e menos reflexivas,
numa palavra, menos adaptadas às situações e aprendizagens futuras. (FONSECA,
2002, pp.14).
Quando se trata de uma criança com
necessidades educativas especiais, a função da família fica ainda mais
destacada. Os pais desempenham uma participação fundamental no que diz respeito
à estimulação e intervenção precoce. Quanto mais cedo se incentivar a criança,
mais objetivos ela consegue alcançar aumentando a confiança e a auto-estima.
Pesquisando sobre deficiências ou sobre a dificuldade da criança, os pais vão
superar o luto pela perda do filho perfeito com menos dificuldade e redefinir o
conceito de vencedor.
A escola é o segundo ambiente social
da criança. No colégio, os pequenos aprendem as regras de socialização e
descobrem que o outro está presente em situações de compartilhar as descobertas
e estabelecer limites. Com a proposta de inclusão, a escola deve estar,
primeiramente, disposta a aceitar mudanças. E não só as de estrutura física. É
necessário conscientizar todos os funcionários do estabelecimento, desde o
porteiro até o diretor.
Feuerstein afirma que o trabalho de
mediação é uma experiência intrapessoal produzida por situações interpessoais.
O que medeia o indivíduo é o fato de que ele, enquanto sujeito, interage com o
outro que é sujeito também, concretizando a reciprocidade entre as pessoas.
Nenhuma tecnologia ou método
revolucionário poderá, no entanto, fazer efeito sem a mediação pedagógica. Mas
esta, para ganhar eficácia, precisa ser confiada a professores que conheçam a
teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada de Feuerstein, onde uma mediação
consciente e direcionada é o grande facilitador da aprendizagem. Através desta
teoria, o professor será capaz de refletir sobre sua prática pedagógica,
inovando sua criatividade.
A luta pela inclusão abrange também a
certeza de que os alunos com necessidades especiais aprendem. É verdade de que
uma forma mais lenta, com metodologia diferenciada, muita paciência e
dedicação. Preservar é fundamental. Muitos educadores, talvez por falta de
informação ou interesse, não entendem que um aluno, com algum tipo de
deficiência pode fazê-lo.
Numa escola inclusiva, o aluno
aprende com o professor e este, sobretudo, com o aluno. É uma pista de mão
dupla. Ultrapassando as lombadas e desviando os obstáculos. Sem pressa e
obedecendo a sinalização de cada educando. Porque é assim que se chega ao final
do caminho onde há muitas possibilidades de continuar seguindo em frente.
Fonte: Trechos do Artigo "
A Importância da Experiência da
Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein no Processo de Educação Inclusiva
Autora - Patrícia Trigo
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