terça-feira, 8 de maio de 2012

ESTUDO DIÁRIO DO PIANO

Neste ponto de nossas considerações, queremos ressaltar a importância da orientação do professor para que o aluno realize sua prática diária de maneira eficaz.
É raro encontrarmos alunos que possuem organização ou método de trabalho e sabem aproveitar com eficiência o tempo dedicado ao estudo do instrumento; geralmente, o meio mais utilizado por eles na prática diária é o da repetição. Usar somente este recurso não é eficiente para compreender e interpretar a linguagem da música, levando, conseqüentemente, a uma execução insegura e sem clareza de idéias.


Além dos princípios e das leis psicológicas que envolvem o processo de todo e qualquer estudo, como atenção, interesse, vontade, persistência, paciência, destacamos pontos relevantes específicos no estudo do piano que promovem o despertar do aluno no sentido do conhecimento, da compreensão e da organização do saber.
Inicialmente, na prática diária do instrumento, o tempo a ser dispendido deve ser dosado, porque a capacidade de concentração tem seus limites. De nada adianta insistir em continuar o estudo quando se esgotou esta capacidade de concentração, quando as atenções de dispersaram para outros interesses, prejudicando os resultados desejados.
CARDELICCHIO (1983, P.48) afirma que o cérebro assimila por conta-gotas e os músculos se cansam quando o estudo é excessivo e ininterrupto, e acrescenta ainda:
Quando os músculos funcionam, produzem ácido lático, que a corrente sanguínea se encarrega de eliminar com maior eficácia durante o descanso. Mas quando se insiste na ação muscular em continuar tocando piano, não haverá tempo para que se produza essa eliminação, dificultando tal ação muscular com os conseqüentes transtornos, dores, câimbras, etc., devido, precisamente, ao acúmulo de ácido lático, que é o que produz fadiga muscular. Será com um automóvel como o cano de escape tampado. (CARDELICCHIO, 1983, p.48).
Por isso, é indicado fazer intervalos entre as horas de estudo ou alterná-lo com outras atividades bem diversificadas, para descansar a mente e os músculos.
O tempo de concentração de um aluno para outro pode variar bastante, sendo importante descobrir o "ritmo de cada um", para se estabelecer o plano de estudo diário de acordo com este tempo de concentração, Alguns estudantes necessitam fazer intervalos a cada vinte minutos, outros depois de meia hora; uns já conseguem se concentrar por tempo maior. O que precisa ser evitado é o estudo mecânico, "datilografado", durante horas a fio, sem se concentrar, sem se ouvir, sem compreender e respeitar o contexto musical.
Desde o momento em que o aluno senta-se ao piano, deve ter consciência de sua postura e domínio de todo seu corpo.

Texto por ANA MARIA MORO ZÉTOLA PORTES

http://inforum.insite.com.br/gentedamusica/98850.html

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