domingo, 18 de março de 2012

FANTOCHES NO APRENDIZADO MUSICAL

     Constatei que a utilização de fantoches na aprendizagem musical, tem respostas positivas por parte de alunos que apresentam certas dificuldades, sendo um estimulador. Melhoram na autoconfiança ao interagirem com os fantoches, bem como tornam-se mais estimulados e interessados nas aulas de música.

    Apresento abaixo, partes do artigo: O uso do fantoche como resgate da subjetividade em educação, de autoria de Aline Poester Freire/FUFRG, que fundamenta o uso de fantoches no aprendizado.

Autoconfiança, iniciativa e persistência. Estes são alguns traços que favorecem ao indivíduo correr os riscos necessários para se ir além do conhecido e persistir em direção aos objetivos almejados..

Entre estes aspectos mencionados, não é novidade saber que a sociedade em que vivemos nos ensina desde muito cedo, controlar as nossas emoções, a resguardar nossa curiosidade, a evitar situações que poderiam redundar em sentimentos de perda ou de fracasso. Aprendemos também, desde os nossos primeiros anos, a criticar as nossas idéias e a acreditar que o talento, que a inspiração, que a criatividade são o resultado de fatores sobre os quais temos pouco controle e que estariam presentes em apenas poucos indivíduos privilegiados. Aprendemos a não explorar as nossas idéias e a bloquear a expressão de tudo aquilo que poderia ser considerado ridículo ou motivo de crítica.

Outras aprendizagens ocorrem também desde os primeiros anos, contribuindo para falsificar a nossa percepção do mundo e de nossas possibilidades. 

Premidos também por uma necessidade de ser aceitos, somos muitas vezes levados a anular as nossas idéias, a limitar as nossas.

 Assim, de acordo com Freire (1996) ao pensar sobre o dever que temos como educadores de respeito a dignidade, autonomia e identidade em processo do educando, devemos lembrarmos também, do respeito necessário ao educando, que jamais deve ser negado na prática educativa.
Dentre as barreiras emocionais, que dificultam o aproveitamento de nossas possibilidades, salientam-se a apatia, a insegurança, o medo de parecer ridículo, o medo do fracasso, os sentimentos de inferioridade, bem como um autoconceito negativo.
Ao propor uma atividade com a utilização do fantoche para estimular a capacidade de expressão das crianças ao se colocarem suas interioridades o profissional deverá estar consciente de que não é fácil provocar mudanças rápidas no autoconceito. Elas ocorrem de forma lenta, ao longo do tempo.
              Uma atitude de estímulo e de consideração deve permear todas as atividades desenvolvidas

 em sala de aula, na qual o fantoche poderá dar excelentes resultados. 



O fantoche pode ser um excelente recurso para os educadores estimularem a imaginação e o uso de imagens sensoriais.

O comportamento imaginário é um fenômeno comum na vida de muitas crianças e desempenha um papel importante no seu desenvolvimento social, emocional e intelectual. Neste sentido, Jersild (1971, 358) comenta:

Através do faz-de-conta, dos devaneios e de outras atividades da imaginação, é a criança capaz de ampliar enormemente a extensão do seu mundo. Na sua imaginação, salta ela as fronteiras do tempo e do espaço e consuma façanhas que passam dos limites da sua força real..

Alguns professores ignoram e desconhecessem  a extensão em que a criança faz uso de sua fantasia e imaginação.

Muitos alunos são vistos, por seus professores como apáticos, desatentos e desinteressados, fruto possivelmente da metodologia utilizada pelo professor e do programa desenvolvido na escola, que tinha como objetivo único a transmissão de conhecimentos os quais, na sua grande maioria, eram muito distantes dos interesses e experiências daquele grupo de alunos. O conteúdo era ainda apresentado de uma forma mecânica e pouco atraente, acreditando os professores que as condições ótimas para a aprendizagem implicavam em silêncio, atenção e repetição de conteúdo.

Mudanças ocorreram, porém,  na concepção de ensino e de aprendizagem, bem como dos recursos e possibilidade de cada criança. A importância de se cultivar a imaginação passou a ser ressaltada e o uso das imagens sensoriais, especialmente de imagens visuais, passou a ser apontada como um dos recursos para favorecer o desenvolvimento e clarificação de idéias.

O educador que aceita o fantoche como recurso auxiliar, aguça a curiosidade do aluno por aquilo que, nos seus estudos, se relaciona com o mundo que o cerca.



Contudo, o educador que admite a utilização do fantoche como incentivo a aprendizagem, estimula seus alunos como pessoas criadoras e abertas ao mundo, tanto interior de si mesma, quanto a realidade externa que vive. Ninguém pode nem se libertar de sua cultura, mas através da educação e da utilização de recursos que venham expandir o aprendizado, entender como construímos e o que produz a nossa subjetividade.

A proposta da utilização do fantoche tem esse objetivo, trabalhar aspectos culturais, sociais e pessoais da criança como resgate da subjetividade, cultivando a consciência de diferentes meios de abordagem, isto é, através da imaginação, criatividade, para que a criança verdadeiramente possa conhecer e sentir o mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário