domingo, 1 de abril de 2012

ETNOMUSICOLOGIA

Palavrinha comprida que, em termos gerais, refere-se ao estudo da música de diferentes culturas ao redor do planeta. A criação do termo em si é atribuída a Jaap Kunst, um pesquisador holandês que usou-o como subtítulo de um livro publicado em 1950.

Uma tendência de quem ouve o termo pela primeira vez talvez seja pensar que o etnomusicólogo estuda, por exemplo, as músicas daquela tribo aborígene da parte mais remota do planeta. De fato, alguns etnomusicólogos estudam isso. Mas alguns outros estudam as músicas produzidas pelas diferentes “tribos” urbanas. Tudo isso é da conta da etnomusicologia.


Pela sua abrangência, a etnomusicologia tem uma abordagem interdisciplinária da produção musical: ela usa ferramentas da teoria e análise musical, musicologia comparada, acústica, antropologia, sociologia, folclore, lingüística, história, psicologia, ciência política, economia e outras disciplinas. O grau de envolvimento do pesquisador em uma ou outra área depende muito da cultura que se deseja pesquisar. Por exemplo, um etnomusicólogo que trabalha com a tradição musical de uma tribo na Amazônia vai precisar de ferramentas diferentes das de um pesquisador de funk no Rio de Janeiro. A coleta e análise de dados em ambas as tradições envolve diferentes tecnologias; tecnologias estas que um pesquisador vai precisar dominar se quiser entender com profundidade uma determinada cultura musical.

Isto não tem necessariamente que ver com o grau de desenvolvimento da tecnologia utilizada pela tradição musical que se deseja estudar. Por exemplo, em 1898, um grupo de antropólogos de Cambridge interessado em pesquisar o Estreito de Torres (inclusive sua música) utilizou-se do que havia de mais moderno em equipamentos na época: fonógrafos (que gravavam o som em cilindros de cera), câmera para filmar e câmeras fotográficas.

Mas é claro que as perspectivas sobre a área de estudo da etnomusicologia também mudaram um bocado por conta da tecnologia hoje disponível. Sendo a Internet um espaço extremamente eficiente na produção, distribuição e consumo de músicas, é inevitável que uma parte fundamental do metier do pesquisador, seja saber navegar nesse meio e usá-lo efetivamente como instrumento e objeto de pesquisa.

Esta preocupação em registrar o modo como a música acontece in loco ainda é um dos pontos principais em pesquisa etnomusicológica. Na verdade, um aspecto que me chama a atenção no estudo fascinante da etnomusicologia é que ela não se restringe à análise do produto musical acabado. Ao pesquisador sério interessa também entender a música como processo.

O objeto de estudo da etnomusicologia é algo que está sempre sendo discutido e redefinido. Num primeiro momento, imaginou-se que sua área de abrangência eram as culturas fora da tradição européia ocidental; excluía-se, então, os gêneros musicais populares do mundo ocidental. Depois, procurou-se focar seu objeto de estudo nas tradições musicais de povos não-alfabetizados, ou ainda naquelas que eram transmitidas oralmente.

Segundo o verbete “etnomusicologia” do The New Grove Dictionary of Music and Musicians, a etnomusicologia hoje volta-se para músicas em contextos locais e globais. Embora esteja preocupada com tradições musicais vivas (incluindo-se canções, dança e instrumentos), alguns estudos recentes também têm investigado a história da música de diferentes tradições. Etnomusicologia é uma disciplina que primeiro buscou examinar “música em cultura” (Merriam), e então “música como cultura”, onde a pesquisa de campo constitui-se uma de suas metodologias essenciais.

(Palavrinha comprida que, em termos gerais, refere-se ao estudo da música de diferentes culturas ao redor do planeta. A criação do termo em si é atribuída a Jaap Kunst, um pesquisador holandês que usou-o como subtítulo de um livro publicado em 1950.

Uma tendência de quem ouve o termo pela primeira vez talvez seja pensar que o etnomusicólogo estuda, por exemplo, as músicas daquela tribo aborígene da parte mais remota do planeta. De fato, alguns etnomusicólogos estudam isso. Mas alguns outros estudam as músicas produzidas pelas diferentes “tribos” urbanas. Tudo isso é da conta da etnomusicologia.

Pela sua abrangência, a etnomusicologia tem uma abordagem interdisciplinária da produção musical: ela usa ferramentas da teoria e análise musical, musicologia comparada, acústica, antropologia, sociologia, folclore, lingüística, história, psicologia, ciência política, economia e outras disciplinas. O grau de envolvimento do pesquisador em uma ou outra área depende muito da cultura que se deseja pesquisar. Por exemplo, um etnomusicólogo que trabalha com a tradição musical de uma tribo na Amazônia vai precisar de ferramentas diferentes das de um pesquisador de funk no Rio de Janeiro. A coleta e análise de dados em ambas as tradições envolve diferentes tecnologias; tecnologias estas que um pesquisador vai precisar dominar se quiser entender com profundidade uma determinada cultura musical.

Isto não tem necessariamente que ver com o grau de desenvolvimento da tecnologia utilizada pela tradição musical que se deseja estudar. Por exemplo, em 1898, um grupo de antropólogos de Cambridge interessado em pesquisar o Estreito de Torres (inclusive sua música) utilizou-se do que havia de mais moderno em equipamentos na época: fonógrafos (que gravavam o som em cilindros de cera), câmera para filmar e câmeras fotográficas.

Mas é claro que as perspectivas sobre a área de estudo da etnomusicologia também mudaram um bocado por conta da tecnologia hoje disponível. Sendo a Internet um espaço extremamente eficiente na produção, distribuição e consumo de músicas, é inevitável que uma parte fundamental do metier do pesquisador, seja saber navegar nesse meio e usá-lo efetivamente como instrumento e objeto de pesquisa.

Esta preocupação em registrar o modo como a música acontece in loco ainda é um dos pontos principais em pesquisa etnomusicológica. Na verdade, um aspecto que me chama a atenção no estudo fascinante da etnomusicologia é que ela não se restringe à análise do produto musical acabado. Ao pesquisador sério interessa também entender a música como processo.

O objeto de estudo da etnomusicologia é algo que está sempre sendo discutido e redefinido. Num primeiro momento, imaginou-se que sua área de abrangência eram as culturas fora da tradição européia ocidental; excluía-se, então, os gêneros musicais populares do mundo ocidental. Depois, procurou-se focar seu objeto de estudo nas tradições musicais de povos não-alfabetizados, ou ainda naquelas que eram transmitidas oralmente.

Segundo o verbete “etnomusicologia” do The New Grove Dictionary of Music and Musicians, a etnomusicologia hoje volta-se para músicas em contextos locais e globais. Embora esteja preocupada com tradições musicais vivas (incluindo-se canções, dança e instrumentos), alguns estudos recentes também têm investigado a história da música de diferentes tradições. Etnomusicologia é uma disciplina que primeiro buscou examinar “música em cultura” (Merriam), e então “música como cultura”, onde a pesquisa de campo constitui-se uma de suas metodologias essenciais.

( ieda's blog http://euia.wordpress.com/  idéias e conclusões presentes nessa introdução são minhas. Mas eu também expandi e adaptei fatos e idéias mencionados por outros autores em outros textos.)

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