quinta-feira, 12 de abril de 2012

KEITH SWANWICK




Swanwick entende a música como a fluência e a continuidade dos sons. Deste modo ele

afirma que a experiência do evento musical pode ser comparada a uma a vivência

metafórica do discurso. Segundo ele, ouvir música de forma analítica não é a melhor opção

para vivenciar sua forma fluente e contínua. “Escutar sons como música exige que

desistamos de prestar atenção nos sons isolados e que experimentemos, em vez disso

uma ilusão de movimento, um sentido de peso, espaço, tempo e fluência” (Swanwick,

 2003,p.30)

Para estudar a música enquanto discurso Swanwick divide seu processo de


transformação metafórica em três níveis cumulativos esquematizados  abaixo:
Música e o processo de Transformação Metafórica
NÍVEL I Notas são ouvidas como melodia. “Gestos musicais”
“MATERIAIS TRANSFORMAM-SE EM EXPRESSÃO”
NÍVEL II A partir de relações internas essas melodias assumem vida própria.
“forma” musical. (Swanwick, 2003, p.32)
“EXPRESSÃO TRANSFORMA-SE EM FORMA”
NÍVEL III Melodias relacionam-se com o conhecimento prévio. “Sensibilidade
para aprender o ser de outras pessoas” (Swanwick, 2003, p.32)
“FORMA TRANSFORMA-SE EM VALOR”
Como pesquisador e educador musical Swanwick afirma também que a definição de
música como uma forma de discurso é de grande relevância para a educação musical.

Nesta direção este autor propõe três princípios que ele considera fundamentais ao

processo de ensino da música levando em conta os três níveis de transformações

metafóricas da experiência musical.
O primeiro princípio é assumir a música como um discurso. É importante destacar que
neste primeiro princípio já estão presente os três níveis de transformação metafórica. “Um
dos objetivos do professor é trazer a consciência musical do último para o primeiro plano”
(Swanwick, 2003, p.57).

O segundo princípio é considerar o discurso dos alunos relevando
também sua a bagagem musical durante o processo de aprendizagem. Essa postura é

uma forma de estimular o envolvimento e a integração dos alunos com o processo

educativo e também uma maneira de estimular a manutenção da curiosidade tão

necessária à aprendizagem.

O terceiro princípio retoma o primeiro na medida em que reafirma a importância da

fluência do discurso musical do início ao fim.
Swanwick exemplifica sua teoria com uma série de vivências músicais formais e não
formais com a intenção de demonstrar como é possível manter-se conectado com a

fluência tão desejada do discurso musical. É válido afirmar, entretanto, que quando

Swanwick destaca algumas experiências não formais isso de maneira alguma quer dizer

que ele desencoraje o aperfeiçoamento técnico ou o processo analítico como parte do

aprendizado musical. Ao contrário, entendemos que sua teoria é uma busca por

 transformação no processo de ensino para que ele seja mais conectado com a essência

do fluxo contínuo existente na música.

SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina Tourinho,

MÚSICA COMO DISCURSO SEGUNDO SWANWICK, SLOBODA E SERAFINE E
A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA MÚSICA
Janaina Sabino de Oliveira/UNIRIO
janapiano@yahoo.com.br
Orientadora: Profa. Dra. Mônica Duarte
monicaaduarte@oi.com.br
Daniela Silva de Rezende/UNIRIO
contato@danielarezende.com
Orientadora: Profa. Dra Mirna Rubim
mirnarubim@hotmail.com
São Paulo: Moderna, 2003.

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