domingo, 22 de abril de 2012

PIANO POPULAR


A prática pianística pode ser inserida para todos os níveis de alunos, e que a adequação individual é feita através da seleção do repertório disponível da música popular nacional e estrangeira. O critério fica de acordo com as preferências individuais.
Entre os níveis de execução do piano ‘popular’ está a forma de acompanhamento, escolhida como chave no ensino do piano em grupo, indicado para os primeiros estágios do aprendizado. No entanto, o aluno tem liberdade de fazer escolhas mais complexas, mas refletindo sobre seu nível de domínio do instrumento. Tocar piano como instrumento acompanhador envolve a leitura de cifras, evolução rítmica e parceria com instrumento melódico, que pode ser o piano ou teclado, sendo esses aspectos práticos. Pode-se também incluir a análise harmônica e os princípios da harmonia funcional aplicada à musica popular. Esse conjunto de teoria e prática permite uma inclusão de todos os tipos de alunos, ou seja, desde o iniciante que nunca teve contato com o piano, até o mais experiente.
 
Tocar piano popular é diferente de tocar música  popular no piano.
 
Quando um pianista toca uma música popular apoiado na leitura de arranjos escritos, não está praticando o piano popular, e sim está realizando uma interpretação. O desenvolvimento da prática do piano popular deve-se ao hábito de tirar músicas e de tocar espontaneamente, sem a preocupação de seguir rigorosamente as partituras, com o certo e o errado, nesta hora o ouvido e a intuição comandam o desempenho. É preciso cometer muitos erros, fazer experimentos para poder assimilar a melhor forma de tocar, criando-se com o tempo o próprio estilo.
 
 
 
O sistema de ensino do piano popular exige muita flexibilidade, onde o aspecto cognitivo de cada indivíduo deve ser valorizado e não visto como forma de exclusão.
Existe a necessidade de acompanhamento da evolução da turma, pois a diversidade de formação dos alunos exige cautela na seleção do repertório. Um repertório de difícil execução, como os sambas,música com harmonia muito complexa,junção de ambos, pode desestimular um aluno iniciante. Se o aluno iniciante se identifica com o samba, é preciso que sua escolha se restrinja a uma música com poucos acordes.É extremamente importante a participação direta do aluno nessa escolha, pois a prática musical em grupo ou individual só terá valor se fizer parte das aspirações e vivência musical do aluno
. Os princípios da harmonia serão trabalhados em conjunto, fundamentando a prática e a prática auxiliando na percepção.É possível também observar que, através da possibilidade de se fazer escolhas pessoais e da valorização da formação musical de cada membro do grupo, é aberto um caminho para a inclusão de alunos que estão em processo de busca por uma experiência musical genuína. Evitando-se assim, a realização de uma subcultura musical, citada por Swanwick (2003), quando se refere à introdução de práticas musicais estranhas e sem significado para os alunos.
 
Jussara Dalle Lucca
Faculdade de Artes do Paraná – Fap
 

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