quinta-feira, 12 de abril de 2012

LOUISE SERAFINE

Serafine propõe a construção de uma teoria para um pensamento sobre música que possa
contribuir com novas questões às teorias atuais sobre percepção musical (Serafine, 1988).
Um enfoque particular do trabalho musical da autora direciona-se à conhecer a relação
entre sujeito e objeto. A presente concepção pode ser chamada de construção subjetiva, isto
é, trabalha a idéia do sujeito com certa extensão na medida em que localiza a organização
dos eventos musicais na atividade dos processos cognitivos do sujeito.
Para Serafine a música como cognição é o próprio pensamento musical que pode ser
observado em três aspectos básicos  a seguir:

 Música como cognição para Serafine (1988) – três aspectos
I O som – organização do contexto temporalmente.
II Relação sujeito/objeto – construção subjetiva
III Atividade áudio-cognitiva

As definições que Serafine adota para exemplificar seu pensamento musical são:
composição - atos deliberados de combinar sons e criar eventos temporalmente; apreciação- organização ativa e elaboração da escuta musical; performance - atividade híbrida que
envolve apreciação e composição.
A partir da premissa comum de que a música é uma aquisição universal Serafine assume
que a experiência cognitiva da música pode ser assimilada por qualquer pessoa que tenha
contato com o evento musical. Assim, o processo cognitivo da música não é simplesmente
um privilégio de poucos dotados de talentos ou treinamento musical formal.
Segundo Serafine o processo cognitivo abrange dois pontos centrais:
(1) interliga as três atividades associadas com a produção musical como composição, percepção e performance
(2) pode acontecer em qualquer estilo musical.

Adotando esses princípios Serafine confronta duas abordagens tradicionais que defendem que o processo central do conhecimento musical está na acuidade auditiva da percepção e na tendência de descrever o conhecimento musical através de termos analíticos como altura, acorde, rítmo, métrica, etc.
Semelhante a Swanwick, Serafine não pretende dizer que o processo analítico da música
não seja necessário ou válido na educação musical. Ela apenas argumenta no sentido de que
esses elementos que constituem a forma musical não são necessariamente descritivos da
realidade cognitiva.
Para Serafine a cognição musical não é um traço de personalidade e sim resultante de
um crescimento cognitivo normal e da experiência diária com música. Através de suas
pesquisas ela constata que o treinamento instrumental não é necessário nem suficiente para
a cognição musical, embora ela reconheça que ele pode facilitar alguns aspectos do
processo.
Ainda, Serafine destaca que o que distingue a música de outras práticas sensoriais, é o
fato da música pertencer ao reino da cognição, onde o conhecimento da organização é a
característica própria tanto para sua construção como para seu entendimento
(Serafine,
1988).

SERAFINE, Marry L. Music as cognition. The development of thought in sound. New York: Columbia University Press, 1988.

MÚSICA COMO DISCURSO SEGUNDO SWANWICK, SLOBODA E SERAFINE E
A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA MÚSICA
Janaina Sabino de Oliveira/UNIRIO - Daniela Silva de Rezende/UNIRIO
Orientadora: Profa. Dra. Mônica Duarte
Orientadora: Profa. Dra Mirna Rubim

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