domingo, 15 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DE PIANO

A professora Cecília Einstoss, 59, teve sua formação musical na Escola Nacional de Música, no Rio de Janeiro. Ela conta que para sua família estudar piano era importante sob o ponto de vista cultural e não social. Filha de pai alemão e mãe brasileira, cresceu ouvindo música erudita. “Cresci acreditando que tocar um instrumento era uma coisa importante para mim”.
Consciente das dificuldades de seguir uma carreira artística, Cecília fez curso superior de matemática. “Não deixei de tocar piano e estudar. Quando precisei trabalhar, valeu mais a minha estrutura cultural do que o diploma de matemática”, lembra. Em 1986, Cecília criou o “Laboratório de atividades musicais”, que funcionou durante 10 anos. “Trazíamos professores de São Paulo para a reciclagem dos nossos profissionais. Na época, conseguimos montar uma estrutura de muita qualidade, apoiados pelo pianista Ulisses de Castro”, afirma.
Com o grande número de alunos estudando piano na cidade na época, o Departamento de Cultura da prefeitura realizou quatro concursos de piano em Ourinhos. Além de muitos inscritos vindos de outras cidades, os alunos de Ourinhos concorriam com pianistas bem preparados nos grandes centros.
Cecília acredita que a popularização do teclado eletrônico acabou afastando os estudantes de piano. “Os alunos têm a ilusão que é a mesma coisa, mas são instrumentos muito diferentes. No piano é preciso usar as duas mãos. O mesmo não precisa acontecer no teclado, que exige o mínimo de movimento e dispensa o estudo aprofundado da teoria musical, percepção e rítmica”, disse. A professora lamenta o empobrecimento cultural do brasileiro e acredita que isto é muito mais significativo do que o empobrecimento financeiro. “Se fosse só o material, a decadência seria menor. Isto vem do empobrecimento educacional. Hoje as elites financeiras não têm herança cultural. Preferem estádios de futebol a teatros”, critica.
Apaixonada pelo instrumento, Cecília cita os benefícios do estudo do piano para a formação das crianças: “É um desenvolvimento intelectual fantástico. É um instrumento completo, trabalha ritmo, melodia e harmonia. Exige esforço dos dois lados do cérebro: o raciocínio exato — sem o que não se aprende música — e desenvolve a sensibilidade”.


Complementando a opinião da professora Cecíia Einstoss, digo sempre aos meus alunos que o estudo de piano é completo, o aluno que  aprende piano, toca teclado, o contrário não acontece.O estudo de piano ensina a leitura em todas as claves (sendo as mais comuns de SOL e FÁ), enquanto que no teclado, se aprende a leitura em clave de sol, e a localização dos acordes, sem aprofundamento teórico de como são formados ( na realidade decora-se, não entende-se).
Pergunto aos alunos porque optaram pelo teclado, sendo que as respostas mais comuns são: 1) tem vários sons diferentes, 2) as teclas do piano são duras....
Mas quando conhecem o piano, se entusiasmam e resolvem mudar de instrumento, desmistificando a idéia errônea que tinham a respeito.

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