terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A IMPORTÂNCIA DA E.A.M.


“O educador é peça-chave. Ele transmitirá os valores, as motivações, as estratégias. Ajudará a interpretar a vida. Nós, educadores, estamos mais em jogo do que a criança e jovens. Se não formos capazes de ensinar, será impossível aprender”. FEUERSTEIN, 1994.

Como o lar é a primeira escola da criança, os pais, no papel de mediadores, devem apresentar situações à criança com a preocupação de focar mais os aspectos que as respostas. Porque sem a mediação, a informação é captada de forma difusa e fragmentada, pondo em risco a integração da criança. Mediação pobre, segundo Fonseca (2002):

(...) tende a afetar as estruturas cognitivas da criança, tornando-as assistemáticas e episódicas, não permitindo, conseqüentemente, que seu comportamento seja elaborado de modo preciso e ajustado. Se a interação entre professores e alunos for carente de mediação, as crianças tendem a ser mais desorganizadas, mais impulsivas e menos reflexivas, numa palavra, menos adaptadas às situações e aprendizagens futuras. (FONSECA, 2002, pp.14).

Quando se trata de uma criança com necessidades educativas especiais, a função da família fica ainda mais destacada. Os pais desempenham uma participação fundamental no que diz respeito à estimulação e intervenção precoce. Quanto mais cedo se incentivar a criança, mais objetivos ela consegue alcançar aumentando a confiança e a auto-estima. Pesquisando sobre deficiências ou sobre a dificuldade da criança, os pais vão superar o luto pela perda do filho perfeito com menos dificuldade e redefinir o conceito de vencedor.

A escola é o segundo ambiente social da criança. No colégio, os pequenos aprendem as regras de socialização e descobrem que o outro está presente em situações de compartilhar as descobertas e estabelecer limites. Com a proposta de inclusão, a escola deve estar, primeiramente, disposta a aceitar mudanças. E não só as de estrutura física. É necessário conscientizar todos os funcionários do estabelecimento, desde o porteiro até o diretor.

Feuerstein afirma que o trabalho de mediação é uma experiência intrapessoal produzida por situações interpessoais. O que medeia o indivíduo é o fato de que ele, enquanto sujeito, interage com o outro que é sujeito também, concretizando a reciprocidade entre as pessoas.

Nenhuma tecnologia ou método revolucionário poderá, no entanto, fazer efeito sem a mediação pedagógica. Mas esta, para ganhar eficácia, precisa ser confiada a professores que conheçam a teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada de Feuerstein, onde uma mediação consciente e direcionada é o grande facilitador da aprendizagem. Através desta teoria, o professor será capaz de refletir sobre sua prática pedagógica, inovando sua criatividade.

A luta pela inclusão abrange também a certeza de que os alunos com necessidades especiais aprendem. É verdade de que uma forma mais lenta, com metodologia diferenciada, muita paciência e dedicação. Preservar é fundamental. Muitos educadores, talvez por falta de informação ou interesse, não entendem que um aluno, com algum tipo de deficiência pode fazê-lo.

Numa escola inclusiva, o aluno aprende com o professor e este, sobretudo, com o aluno. É uma pista de mão dupla. Ultrapassando as lombadas e desviando os obstáculos. Sem pressa e obedecendo a sinalização de cada educando. Porque é assim que se chega ao final do caminho onde há muitas possibilidades de continuar seguindo em frente.
Fonte: Trechos do Artigo "
A Importância da Experiência da Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein no Processo de Educação Inclusiva
Autora - Patrícia Trigo


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