quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

2) SONHO X REALIDADE

     Quando temos 22 anos, os sonhos nos conduzem, conseguimos visualizar o que desejamos do início até o fim....mas....a realidade pode não ser nada do que nossa imaginação idealizou.
     Me tornei mãe três meses após minha graduação em Farmácia e Bioquímica, só havia feito estágio e não havia ainda iniciado no exercício de minha profissão; explico isso, para que entendam que toda informação que eu possuía era apenas teórica e não prática. Mãe de primeira viagem, não percebi e nem fui informada pelos médicos (obstetra e pediatra) o que havia ocorrido durante o parto, e é interessante dizer que todo atendimento foi particular, inclusive as consultas do pré natal e duas ultrassonografias realizadas no consultório do próprio médico-um médico do interior que possuísse um aparelho de ultrassom na época era digno de confiança- ano de 1981, computadores, internet, pesquisa no google era coisa do futuro, a informação vinha dos profissionais e aceitávamos sem contestar. A data provável do parto estava marcada até dia 14 de março, nesse dia fui ao consultório médico com algum desconforto, o médico disse que eu estava apavorada  que deveria me tranquilizar e que retornasse quando a dor estivesse de 5 em 5 minutos. Não é necessário repetir que fui obediente...retornei e fiquei esperando a tal dor até dia 27 daquele mês.... não estava me sentindo nada bem e fomos ao hospital.... para resumir a situação, resolveram fazer um parto induzido, a bolsa não arrebentou e quando o fizeram, a água estava preta esverdeada (mecônio)
"Denomina-se mecônio as primeiras fezes do bebê, elas são de coloração preta esverdeada, grudentas e espessa. Quando o bebê nasce após as 40 semanas de gestação, há risco de aspiração do mecônio.
A apiração do mecônio ocorre quando o bebê defeca dentro da barriga da mãe, e as fezes misturam-se com o líquido aminiótico que envolve o bebê e ele respira essa mistura, que é altamente prejudicial à saúde do bebê.
A aspiração meconial é uma situação grave. Ela traz problemas ao pulmão do bebê como a falta de surfactante pulmonar e inflamação nas vias respiratórias gerando dificuldade em respirar. Se o bebê não respira, há falta de oxigênio no cérebro causando danos irreversíveis.
Quando os médicos percebem que o bebê não respira sozinho, logo ao nascer eles retiram as secreções da boca, nariz e pulmões do bebê e dão ao bebê o surfactante, entretanto se houver lesões no cérebro do bebê isso só poderá ser diagnosticado após algum tempo."(Fonte:http://www.tuasaude.com/meconio/)
     Levaram-me rapidamente a sala de parto e o que aconteceu lá não saberia detalhar, pois foi colocado um "campo" semelhante aqueles usados em cesária, o que me impossibilitou de ver, tive anestesia local e fui atendendo as solicitações da equipe médica para que meu filho nascesse. Lembro que não chorou, a correria dentro da sala era grande, não lembro de mais nada, pois acordei duas horas depois no quarto sózinha, sem meu filho e com muita fome...
     Logo depois fui  informada que o bebê estava bem , mas na incubadora e que a noite o trariam para ser amamentado. Enquanto o amamentava percebi que suas vias respiratórias faziam um som estranho e que apresentava dificuldade para se alimentar e respirar, perguntei ao pediatra o que era, ele me tranquilizou dizendo que um sorinho nasal resolveria......e prescreveu.....
    Fomos para casa... mãe de primeira viagem fica emcima do filho, para ver se respira, se chora, se ri, porque dorme tanto....e todos achavam que minha sorte estava em alta, pois o bebê era bonzinho, risonho, tranquilo, dorminhoco e gordinho, indicadores que tudo estava normal!!!!

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