terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MÚSICA E COGNIÇÃO


Para Straliotto (2001), a inteligência pode ser desenvolvida por meio da audição, já que cada código sonoro representaria um espaço ativado no cérebro, com a finalidade de reter a informação. Os neurônios, que recebem as informações codificadas, após serem ativados pelos códigos musicais, ficariam “abertos” para receberem conhecimento de outros órgãos dos sentidos. A ativação dos neurônios seria ampliada à medida que novos conhecimentos vão se somando por meio dos cinco órgãos do sentido. O autor explica que, maior será o conhecimento sonoro da pessoa quanto mais sons diferentes ela ouvir, por estar utilizando uma área cerebral maior para reter aquelas informações.

Em investigação realizada por Williamon e Egner (2004) foram examinados os comportamentos e as correlações neurais da memória musical. Havia a hipótese que um compasso simples em uma peça musical serviria como marco estrutural para codificação e recuperação da memória neste setor. O estudo foi realizado com seis pianistas profissionais, que revelaram com estudavam e memorizavam suas peças. Foram registrados eletroencefalogramas durante a tarefa de memorização. Os resultados confirmaram a hipótese que a memorização de compassos estruturais é crucial no armazenamento e decodificação de uma peça musical. Em um outro estudo relativo à memória, foi investigado como o conhecimento de um etilo específico contribui para a memorização de uma melodia. Para isso foram utilizados dois tipos de melodias, uma ocidental tonal e uma japonesa modal. Os estudantes ocidentais que possuíam anos de experiência com a música ocidental tonal tinham dificuldade em reconhecer o outro estilo. Estudantes mais inexperientes, com menos especialização no estilo tonal ocidental, tinham mais facilidade em memorizar ambas as melodias, indicando que a familiaridade com o estilo pode ser uma importante estratégia de memorização.

(Fonte:Ciências & Cognição 2006; Vol. 09 - http://www.cienciasecognicao.org/artigos/v09/m346117.htm )
Notas sobre os autores:

Patrícia Lima Martins Pederiva é Doutoranda (Faculdade de Educação, UnB). Atua como Professora da Escola de Música de Brasília.

Rosana Maria Tristão é Doutora em Psicologia e Professora da Faculdade de Medicina (UnB)

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